Londrina

Golpe do bilhete faz 20 vítimas em Londrina

19 jun 2001 às 21:08

A dona de casa L.C., 53 anos, vítima do golpe do bilhete no centro de Londrina, em março, reconheceu o estelionatário Edgar da Silva Santos, 59 anos, como o homem que a enganou. Ela teve um prejuízo de R$ 19 mil e foi uma das 20 vítimas do golpe do bilhete em Londrina neste ano.

Santos foi preso há duas semanas no centro de Maringá, juntamente com Jonathan Dias, 41 anos, quando se preparavam para lesar uma mulher. Em declarações à imprensa de Maringá, a dupla afirmou que age com a conivência de policiais civis e militares, que ficariam com cerca de 30% do valor tomado dos vítimas.


A Polícia Civil de Maringá nega a possibilidade da participação de policiais. Já a polícia de Londrina admite a hipótese. O delegado-operacional de Londrina, Jurandir Gonçalves André, esteve em Maringá para apurar se a os golpistas presos eram os mesmos que enganam londrinenses. Segundo ele, os estelionatários fizeram referências à participação de policiais, mas não deram nomes.


Segundo informações do delegado, o golpe do bilhete já rendeu cerca de R$ 140 mil à quadrilha, que tem uma peculiaridade: só escolhe mulheres. Dos 20 golpes em Londrina neste ano, mais da metade das vítimas era de origem nipônica. De acordo com a polícia, essas mulheres são "presas fáceis" dos estelionatários porque geralmente possuem grande quantia de dinheiro, conseguido após vários anos de trabalho no Japão e pela falta de informação de como agem os golpistas.


COMO FUNCIONA O GOLPE DO BILHETE


Os estelionatários especializados no golpe do bilhete agem em duplas e muitas vezes mulheres também integram a quadrilha. Segundo a polícia, em Londrina os locais preferidos pelos golpistas são as feiras livres, estacionamentos de supermercados, proximidades de clínicas médicas e da Concha Acústica, na área central.


Após escolher a vítima, um integrante da quadrilha, com aparência de pessoa humilde, pergunta onde fica a agência da Caixa Econômica Federal. Depois de informado sobre a localização do banco, o estelionatário conta que foi premiado, geralmente pela Megasena ou Loteria Federal, e que não sabe como proceder para retirar o prêmio. A vítima se dispõe a ajudar. Nisso, aparece o segundo estelionatário, bem vestido, que finge estar ouvindo a conversa e se oferece para ajudar.


A partir desse momento os dois homens convencem a vítima a auxiliá-los na retirada o prêmio e asseguram que ela também terá direito a parte do valor. Movida pela ganância de ganhar dinheiro fácil, a vítima decide participar do esquema, no qual será a única lesada. Para convencer de que é premiado, os golpistas apresentam um bilhete com dezenas sorteadas no concurso anterior. A vítima vai até uma casa lotérica para conferir, mas não se preocupa em checar o número do concurso.

Os estelionatários alegam que estão sem documentos e que por isso a vítima é quem terá que sacar o dinheiro do prêmio. Depois de conseguir que a pessoa entregue boa quantia de dinheiro como garantia, os estelionatários fogem.


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