A concentração de pombos em uma árvore da Avenida Rio de Janeiro (área central de Londrina) tem causado muitos transtornos para os moradores. Na quadra entre as ruas Raposo Tavares e Jorge Velho, é impossível estacionar o carro e depois não encontrar o veículo sujo pelos excrementos dos pássaros. ''Meus amigos vêm na minha casa e têm que parar o carro em outro lugar se não quiserem sair daqui e ter que ir a um posto para lavá-lo'', contou a moradora Isabele Melo. Ela mora no primeiro andar de um edifício em frente à árvore habitada pelos pombos. No fim da tarde, as aves chegam em bando e passam a noite inteira ali. ''Dá mau cheiro e você vê peninhas entrando no apartamento'', reclamou.
Os moradores já fizeram reclamação junto à Secretaria do Meio Ambiente (Sema) solicitando a substituição da árvore. O secretário, padre Dirceu Fumagalli, informou que o pedido deve ser encaminhado à Secretaria de Saúde para ver se realmente os pombos estão causando problemas aos moradores: ''A Sema teria que ver a saúde das árvores e dos animais e elas estão em perfeito estado de saúde, com fauna e flora em sintonia. As árvores não estão em risco, os animais também não. Só se o ser humano estiver em risco é que vamos fazer alguma coisa''. Ele argumentou que não há urgência no processo, que será encaminhado junto com outras solicitações.
O médico infectologista do Hospital Universitário de Londrina, Luis Mazeto, ressaltou que os excrementos de pombos podem acarretar várias doenças. Conhecidas como criptococose e histoplasmose, elas são transmitidas por fungos que ficam nas fezes dos pombos e através da inalação atingem o ser humano. ''É preciso evitar o contato em locais onde há concentração de pombos porque o contágio se faz por via respiratória'', aconselhou. Por serem doenças respiratórias, elas se assemelham a uma pneumonia e podem apresentar febre e falta de ar. O piolho de pombo também pode transmitir doenças. Mazeto explicou que esses ectoparasitas picam a pele da pessoa se ela ficar próxima às aves.