Londrina

Estudantes organizam "Marcha das Vadias" em Londrina

24 mai 2012 às 16:34

Está marcada para o próximo dia 2 de junho a realização da "Marcha das Vadias" em Londrina. O evento está programado para as 12h no Calçadão da avenida Paraná, em frente às Casas Pernambucanas. A iniciativa da marcha surgiu durante uma reunião entre cinco estudantes da Universidade Estadual de Londrina (UEL), entre elas, a aluna de Ciências Sociais, Polyanna Oliveira.

Em entrevista ao Portal Bonde, Polyanna explicou que a marcha tem o intuito de chamar a atenção para a violência contra as mulheres. O objetivo é encorajá-las a denunciar os abusos sofridos e esclarecer que existem outras formas de violência escondidas na sociedade.


"Queremos deixar claro que a mulher precisa ter liberdade independente da vestimenta que ela usa. Eliminar essa cultura machista para justificar qualquer tipo de violência. Deixar claro que a culpa da mulher agredida não pode ser dela. Além disso, conscientizar que existem várias outras formas de abuso disfarçadas no cotidiano".


A universitária detalhou como a ideia de criar o movimento se sucedeu. Após a primeira reunião entre as cinco, um grupo de discussão foi criado no Facebook. Além disso, as estudantes passaram a organizar reuniões entre elas. Atualmente quase 500 pessoas participam do grupo "Marcha das Vadias Londrina" na rede social. E o encontro reúne entre 15 e 20 mulheres".


No Facebook, um evento foi criado convidando as pessoas para a "Marcha das Vadias". Dos mais de 7 mil convidados, até a tarde desta quinta-feira (24) 755 perfis haviam confirmado presença.


Segundo Polyanna Oliveira, o evento foi marcado para o dia 2 de junho por causa da abertura do comércio até mais tarde. A expectativa é de que a curiosidade e a causa façam com que mais pessoas entrem na marcha durante a realização.


"A reunião está programada para às 12h. Vamos ler depoimentos anônimos de mulheres que sofreram violência, confeccionar cartazes e em seguida marchar. Ainda estão programadas outras atividades durante a marcha".


A estudante acrescentou que as organizadoras estão procurando apoio de órgãos relacionados ao combate à violência contra a mulher. Entre eles, a Secretaria da Mulher de Londrina. Outro objetivo é conseguir com a liberação da Concha Acústica para o encerramento da marcha com a apresentação de uma banda formada só por mulheres.


Polyanna ressaltou a importância do nome da marcha. A intenção delas é questionar o termo "vadias".


"Queremos que o nome da marcha não seja deturpado, mas sim chame atenção para o que estamos reivindicando. Queremo saber por que as mulheres são tratadas dessa forma, por que são chamadas de vadias".


A primeira "Marcha das Vadias" aconteceu em abril de 2011 em Toronto, no Canadá. Ela foi organizada após uma série de estupros na Universidade de Toronto e ganhou corpo após a declaração do policial Michael Sanguinetti.


Na ocasião ele fez uma observação para que "as mulheres evitassem se vestirem como vadias, para não serem vítimas. O primeiro protesto levou 3000 pessoas às ruas de Toronto e desde então tornou-se um movimento internacional.


As organizadoras já programaram para durante a próxima semana a divulgação da "Marcha das Vadias" em Londrina.



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