A Polícia Civil localizou nesta sexta-feira o segundo cativeiro, em Ibiporã (14 km a leste de Londrina), onde os estudantes Thiago Lunardelli Fonseca e Celso Garla Filho, ambos com 18 anos, teriam permanecido.
O sequestro aconteceu no dia 1º de julho, em Londrina e, durante cinco dias, eles passaram por três cativeiros, mas acabaram sendo libertados sem o pagamento do resgate de R$ 500 mil.
A polícia divulgou ainda as identidades e as fotos dos suspeitos Claudemir Sandoval, 25, Oreles Timph, 45, e Luciano Ribeiro dos Santos, 21 anos. Os três estão com as prisões temporárias decretadas e são considerados foragidos. Uma irmã de Luciano, Lucinéia Ribeiro dos Santos, continua sendo investigada pela polícia.
O local identificado pelos investigadores é uma casa pequena, de seis cômodos, localizada na Rua Alvorada, 210, no Jardim Brasília. A residência serviu de cativeiro entre a noite do primeiro dia e o terceiro dia de sequestro. Na sequência, os estudantes teriam sido transferidos para um apartamento na zona sul de Londrina, pertencente ao único suspeito preso, o advogado Décio Vanderlei Nogueira, 35 anos.
Encapuzado, Garla Filho esteve no local nesta sexta pela manhã e confirmou que havia ficado em um dos quartos. ''A gente circulava entre o quarto e o banheiro. Eu dormia neste tapete, ao lado deste berço'', disse o estudante, enquanto apontava alguns objetos do cômodo.
Segundo o delegado-operacional da 10ª Subdivisão Policial, Sérgio Luiz Barroso, Sandoval e Timph foram os dois homens que efetivamente sequestraram os estudantes e cuidaram da segurança dos cativeiros. O primeiro tem passagem por furto e roubo e o segundo é acusado de homicídio em Telêmaco Borba, em fevereiro deste ano, e de furto.
Luciano fazia serviços como office-boy para Nogueira e teria permanecido nos cativeiros. Ele tem antecedentes por furto. Já Lucinéia foi a jovem que ligou para os estudantes um dia antes do sequestro à mando de Nogueira e que teria feito faxina no apartamento do advogado na tarde de sábado, quando os estudantes foram soltos.
Para o delegado-operacional, o ''mapa do sequestro'' foi solucionado. ''O primeiro cativeiro foi a Mata do Godoy (zona sul de Londrina), o segundo em Ibiporã e o terceiro foi o apartamento de Nogueira. Resta agora prender os suspeitos, que já estão com a prisão temporária decretada'', explicou. O delegado disse ter provas testemunhais e materias contra os três foragidos.
Os estudantes de direito foram sequestrados quando chegavam ao campus da Universidade Norte do Paraná (Unopar), zona sul, no dia 1º de julho. Segundo a polícia, eles ficaram na mata até o anoitecer, quando foram colocados no porta-malas do Vectra pertencente a Nogueira. De lá seguiram para a residência em Ibiporã e, em seguida, para o apartamento do advogado. Na noite do dia 5, os estudantes foram libertados num viaduto próximo ao Shopping Catuaí, sem pagamento do resgate.