O empresário Claudemir Medeiros, dono da boate erótica Sherogohan, prestou depoimento na manhã desta terça (10), como testemunha arrolada pelo Ministério Público, e confirmou à juíza da 3ª Vara Criminal, Adriana Fernandes e Silva, que pagou propina a vereadores da legislatura passada para conseguir uma alteração legislativa que beneficiaria seu empreendimento.
Mediante pagamento, ele conseguiu um alteração legislativa que permitiu que fosse instalado um motel anexo a sua boate, localizada às margens da BR-369, na saída para Ibiporã. Pela lei anterior, motéis só poderiam funcionar a 3,5 quilômetros de áreas residenciais.
De acordo com o promotor Jorge Fernando Barreto da Costa, o empresário disse que a exigência inicial era de R$ 15 mil para cada um dos nove vereadores envolvidos no esquema. No entanto, pagou "apenas" R$ 15 mil no total.
Ainda segundo o promotor, o dinheiro da propina foi entregue ao ex-vereador Orlando Bonilha, réu na ação juntamente com os ex-vereadores Henrique Barros, Luiz Carlos Tamarozzi, Renato Araújo, Sidney de Souza, Gláudio Renato de Lima, Flávio Vedoato e Osvaldo Bergamin, além do atual vereador pastor Renato Lemes.
Os réus respondem pelo crime de concussão, que é a extorsão praticada por servidor público. Em 9 de setembro ocorrerá mais uma audiência deste processo: serão ouvidas testemunhas de defesa e, na sequência, os réus.