Apesar do déficit habitacional em Londrina ultrapassar as 15 mil moradias, a Companhia de Habitação (Cohab-Ld) estima que 60% dos 7.500 mutuários sujeitos à execução hipotecária não residem mais nos imóveis. Segundo o diretor financeiro e administrativo, Robson Talma Cavalhiere, a Companhia não tem explicação para isso.
Com base na experiência, Cavalhiere e o asssessor jurídico, João Luiz Martins Esteves, afirmam que nesses casos o imóvel, geralmente, foi vendido através de contrato de gaveta (sem valor para a Cohab), alugado ou cedido a terceiros.
Para o advogado, muitas pessoas usam as casas e os terrenos da Cohab para a especulação financeira. Essa situação é facilmente observada nas invasões de áreas destinadas às moradias populares em todas as regiões da cidade.
Embora, a Cohab deixe claro no contrato de financiamento que o imóvel deve servir exclusivamente ao mutuário, a Companhia não costuma cobrar essa exigência dos que estão em dia com o pagamento das prestações.
Dos 39.149 mutuários, 21.665 já quitaram seu débito e 17.424 ainda não. De acordo com o chefe do Departamento Imobiliário, Antonio Lucimar Ferreira Luiz, 2.400 pessoas estão com duas ou três parcelas atrasadas e 7.500 com quatro ou mais. As 18 pessoas que foram cobradas pela Cohab através dos jornais na sexta-feira passada fazem parte desse último grupo.
* Leia mais em reportagem de Betânia Rodrigues na edição da Folha de Londrina/Folha do Paraná desta sexta-feira