A professora Daniela Caus, 30, é mãe de Danilo Miguel Penha Caus, 9, que tem TEA (Transtorno do Espectro Autista). Para ela, a desobrigação dos planos de saúde de custearem medicamentos e tratamentos fora de rol da ANS (Agência Nacional de Sapude Suplementar) terá impacto muito grande na vida dos autistas.
“Eu sou moradora de Ibiporã. Trabalho no período da manhã e saio todas as tarde para ir a Londrina para fazer a terapia ABA e meu filho faz esse tipo de tratamento desde os 3 anos de idade, o que mudou a vida dele completamente. Antes de iniciar o tratamento, eu chamava e ele não olhava, ele era seletivo em relação à alimentação e tinha uma compreensão do mundo que era quase igual a zero. Hoje pago dois planos de saúde para fazer as terapias com ele. Eu estou em processo judicial até hoje para que o plano de saúde cubra a terapia ABA, que é uma terapia de maior eficiência para desenvolvimento do autista. O plano de saúde na época negou a ABA, e só autorizou a terapia convencional, que consiste em psicologia, fonoaudiologia e terapia ocupacional.”
Caus afirmou que fez solicitação várias vezes e sempre recebeu negativas e só conseguiu o tratamento por via judicial e que está até hoje com o processo em andamento. “Como o autismo não espera fui fazendo a terapia particular, pagando de R$ 2 mil a R$ 3 mil por mês, fazendo o possível”.
“Mesmo com o rol explicativo temos todas as dificuldades do mundo para fazer o tratamento. Se não fosse o ABA, meu filho não teria a qualidade de vida que tem hoje. Ele é uma criança que fala, que consigo sair com ela e consigo ter qualidade de vida para coisas simples de meu dia a dia. Quando a gente fala de rol taxativo, a terapia do ABA não está no rol. Eles falam que a ABA é método, mas a ABA é uma ciência. Com o rol taxativo eles vão poder negar. O meu processo que estou há anos não irá para a frente. O plano de saúde que ainda está cobrindo pode deixar de cobrir. Isso terá impacto na vida de todos os autistas. Vai mudar demais a vida de muitas crianças.”
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