Londrina teve aumento de 18,18% nas mortes no trânsito nos dois primeiros meses do ano em relação a janeiro e fevereiro de 2019. Foram 13 óbitos em 2020 contra 11 no mesmo período do ano passado. Houve elevação de 50% nas mortes por atropelamento comparando o primeiro bimestre dos dois anos, que passaram de três para seis.
Por outro lado, houve redução no número de de motociclistas mortos nas ruas de Londrina. O recuo foi de sete para seis (-14,3%) em comparação com janeiro e fevereiro de 2019. A quantidade de acidentes também caiu de 573 para 551 e a de vítimas não fatais teve queda de 689 para 646, uma diminuição de 6,2%. Divulgados nesta quarta-feira (11), os números são da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização).
De acordo com o Placar do Trânsito, levantamento realizado com base em informações do Siate (Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência), IML (Instituto Médico-Legal) e Polícia Civil, no primeiro bimestre, Londrina computou 16 dias consecutivos sem qualquer ocorrência fatal nas ruas e avenidas. Os dados referentes a janeiro ajudam a ilustrar a situação: naquele mês foram contabilizados três episódios. Em fevereiro, no entanto, o cenário foi revertido e o índice de mortos chegou a dez.
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Perfil das vítimas
As informações do Placar do Trânsito revelam que, dentre os mortos, 92% são homens. A maioria (7) tinha idades de 31 a 59 anos e perdeu a vida na hora, no local do acidente. Um terço dos que vieram a óbito por atropelamento eram idosos e somente uma morte aconteceu na zona rural de Londrina.
No ranking das vias mais violentas, a avenida Brasília aparece em primeiro lugar, com duas ocorrências fatais. Outros importantes corredores, como o trecho urbano da PR-445 e as avenidas Dez de Dezembro, Saul Elkind e Arthur Thomas, registraram um episódio cada.
O número de autuações se manteve praticamente estável entre um ano e outro. Foram 28.616 multas aplicadas em 2020 contra 28.804 emitidas no período anterior. Com 9.143 casos, ultrapassar o limite de velocidade em até 20% figura como a infração mais cometida pelo motorista londrinense. Em seguida vem o avanço do sinal vermelho (2.576) e a falta do uso do cinto de segurança (2.471).
Completam a lista: conduzir o veículo falando no celular ou manuseando o aparelho (1.414) e abusar do acelerador entre 20 e 50% acima do permitido para a via (1.339). A maior parte das infrações registradas no município é de natureza média (12.36) e grave (8.079). As configuradas como gravíssima ocupam a terceira posição (5.662) no índice.
Avaliação e ações
Para o diretor de Trânsito da CMTU, major Sergio Dalbem, é difícil fazer uma avaliação dos motivos que levaram ao crescimento da letalidade. O período atípico foi marcado pelas festividades de Carnaval, época em que o consumo de álcool costuma ser elevado. "Não podemos afirmar que a tendência de elevação está atrelada às festividades, mas, coincidentemente, a maior parte das mortes aconteceu nos cinco dias anteriores e posteriores à folia”, disse.
Segundo Dalbem, para que o município consiga retornar ao patamar de janeiro ou até melhorá-lo, a CMTU vai incrementar a fiscalização contra o excesso de velocidade, uma das maiores causas de óbito no trânsito. Serão 43 novos locais contemplados com o monitoramento eletrônico, o que ampliará a cobertura dos atuais 22 para 65 pontos. "A licitação está programada para ocorrer na sexta-feira (13) e a expectativa é que a implantação dos dispositivos seja feita nos próximos meses”, contou.
Outra aposta do diretor é a parceria com a GM (Guarda Municipal) para as atividades de patrulhamento. Parte da corporação recebeu treinamento da CMTU e já está atuando nas vias. "Por funcionar 24h por dia, a Guarda tem a possibilidade de atender a ocorrências que não contariam com o apoio do operacional da companhia. Isso expande a capacidade fiscalizadora do Município. Além disso, nosso desejo é avançar nas ações educativas e de conscientização”, garantiu.