Vestidos de preto e portando faixas pretas nas mãos, os donos dos quiosques do Centro de Londrina protestaram, na manhã de ontem, contra a decisão da Prefeitura de retirá-los do local. Silenciosamente, eles percorreram o Calçadão carregando um caixão negro, o qual simbolizava o enterro do prefeito Barbosa Neto. Na caminhada, acompanhada de perto por quem fazia compras, os quiosques permaneceram de portas fechadas em solidariedade ao grupo. ''Nosso silêncio é um grito pelo direito de trabalhar'', dizia uma das faixas.
''Não conseguimos negociar, então fizemos um protesto silencioso para mostrar à população o modo como tudo está sendo feito'', justificou Josoilson Gardiano Guilhen, dono de uma casa de sucos.
Cerca de cem famílias dependem dos 36 quiosques para viver, citou Guilhen, informando que cada proprietário buscará a Justiça para continuar trabalhando. ''Não estamos fazendo nada contra a lei, mas não vamos assistir nossa saída quietos'', reiterou.
Advogado de cinco dos seis donos de quiosques da praça Willie Davis, Gerson da Silva, entrará com ações judiciais amanhã, pedindo a suspensão da retirada dos comerciantes. ''Ninguém é contra a reforma, mas a retirada é despropositada, pois ainda não há um projeto nem recursos para a reforma.''
Licitação
Interessados em adquirir um dos 12 quiosques no Centro pela licitação da Prefeitura terão de pagar, no mínimo, R$ 400 mensais ao Município pela permissão de uso. O valor, referente à locação de uma área de 20 metros, foi estabelecido em laudo pela Comissão Permanente de Avaliação de Bens.
O presidente da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), André Nadai, explicou que o cálculo do valor locativo tem relação com o valor médio indicado por pesquisa feita junto ao mercado imobiliário. Os valores atuais, segundo a CMTU, variam entre R$ 50 e R$ 2 mil.
A previsão da Prefeitura é licitar inicialmente 14 espaços, sendo cinco destinados para bancas de jornais e revistas, três para lanchonetes, um para souvenirs, um para floricultura, um para chaveiro e outro para turismo. Nadai reafirmou que os atuais permissionários não terão nenhum tipo de preferência ou benefício no processo licitatório. ''A concorrência tem de ser igual para todos, que passarão trabalhar de modo legalizado.'' (Colaborou Luciano Augusto)