Anunciada como solução, a obra de drenagem na rua Celeste Castanha de Barros, no jardim Acapulco, na zona sul de Londrina, se transformou em problema. Os serviços que começaram em março deste ano deveriam ter sido concluídos – de acordo com o contrato – em setembro. No entanto, quase nove meses depois as intervenções estão com apenas 60% de execução. Um aditivo solicitado pela empresa responsável, que é de Curitiba, estendeu os trabalhos até o mês passado.
Agora, a empreiteira pleiteia mais 30 dias, até este mês de dezembro, o que ainda está sendo avaliado pela prefeitura. Enquanto isso, os moradores têm tido que conviver com os vários transtornos gerados pela lentidão. O último é um buraco aberto no meio da via para melhorias na rede de galerias pluviais, o que fez com que a circulação de veículos fosse interrompida. Além disso, a sujeira tem se espalhado, principalmente nos últimos dias com a chuva.
"A obra em si é uma bênção. O problema todo é que não estão cumprindo prazos. Abriram a galeria, está cheio e barro na rua. Os operários não aparecem para trabalhar. Eles vêm um dia, mas ficam sem vir quatro, cinco dias. Com a chuva de agora somos nós que saímos prejudicados", criticou Jomar Medeiros, que mora no bairro há cerca de 30 anos e a poucos metros da cratera.
Com um orçamento de R$ 1,7 milhão, a obra tem o objetivo de colocar fim dos alagamentos das casas, uma situação recorrente há cerca de 25 anos em razão da baixa vazão dos bueiros e galerias. O trecho é de aproximadamente 500 metros e contempla a construção de uma praça em um terreno que foi desapropriado. “Era uma obra muito esperada, já que os moradores cansaram de ter a casa invadida pela água da chuva. No entanto, está demorando muito e tem atrapalhado demais a nossa vida o andamento deste serviço. Precisa de mais fiscalização”, lamentou um morador.
DESNÍVEIS NO ASFALTO
A qualidade do trabalho já foi questionada pelo próprio município. Em ofício enviado nesta semana para a construtora, a secretaria municipal de Obras e Pavimentação alertou sobre “imperfeições (desníveis) e recalques no pavimento recomposto”, o que é visível até por quem não é técnico. No documento, o poder público municipal afirmou que já foram feitas três notificações anteriores e cobrou a correção imediata, “sob pena de abertura de processo de penalidade, podendo culminar em rescisão contratual e multa”.
‘RETENÇÕES INDEVIDAS’
A empresa alegou no mês passado à prefeitura, para justificar os atrasos, que “foi identificada uma tubulação da rede de esgoto da Sanepar — não cadastrada previamente — desaguando na rede de águas pluviais”, que “foram abertos dois chamados junto à companhia de saneamento e os serviços neste ponto foram interrompidos”. “Além disso, o cronograma também está sendo impactado por retenções indevidas nas medições realizadas”, pontuou.
A reportagem procurou a secretaria municipal de Obras e Pavimentação para comentar a situação da obra e aguarda retorno durante a tarde desta terça-feira (3).