Há 17 anos, a família de Vera Lúcia Moreira decidiu trocar a correria de São Paulo para a tranquilidade do jardim Albatroz, zona leste de Londrina, Nos últimos anos, o sossego desapareceu da rotina dos demais moradores depois do bairro, assim como o California, ter sido um dos escolhidos para desapropriação das áreas no entorno do aeroporto Governador José Richa. Com as máquinas avançando na demolição das casas, a população sequer imaginava que a insegurança também viria junto.
Os criminosos, aproveitando o cenário de destruição e a ausência quase que completa, segundo os moradores, de patrulhamento policial, começaram a assaltar quem não teve o imóvel incluído no cronograma de desapropriação. "Aqui eles faziam a festa, deixavam produtos roubados e intimidavam quem passasse por aqui", relatou Vela Lúcia. Cansada da criminalidade, ela resolveu cobrar pessoalmente providências do presidente do Instituto de Desenvolimento de Londrina (Codel), Nado Ribeirete.
Mesmo não sendo o responsável por garantir mais policiamento para o jardim Albatroz, Ribeirete oficiou a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), solicitando uma limpeza urgente. Os entulhos foram recolhidos após uma força tarefa entre as duas secretarias em 10 das 16 residências que já foram desocupadas. O espaço será utilizado para ampliação da pista do aeroporto. "Foi uma boa mudança. Pelo menos estamos com um bairro limpo", pontuou a moradora.
Agora, a Codel aguarda uma posição da Justiça para realizar o mesmo serviço nos seis imóveis que sobraram. "Esperamos ultrapassar essa etapa até o final do ano", comentou Ribeirete. As casas do jardim Albatroz estão incluídas na face leste do projeto de desapropriação.