A Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) rompeu oficialmente o contrato com a Cooperativa Regional de Coleta Seletiva e Reciclagem da Região Metropolitana de Londrina (Cooprelon). O comunicado foi entregue aos representantes da cooperativa na manhã desta sexta-feira (24).
A decisão pelo rompimento do contrato foi tomada após a descoberta de irregularidades no setor administrativo da Cooprelon. Ao todo, 80 trabalhadores realizavam a coleta em 53 mil domicílios, grande parte dos imóveis fica na área central de Londrina. A cooperativa recebia o repasse mensal de R$ 208.242,64.
O diretor de operações da CMTU, Gilmar Domingues Pereira, garantiu que não haverá prejuízos na coleta seletiva. Os recicladores da Cooprelon vão ser remanejados para atuar em três novos postos de trabalho criados por meio da Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis da Região Oeste (Cooperoeste). Atualmente, esta última atende 30 mil domicílios e recebe R$ 123.825,60.
"Nós já rompemos o contrato com a Cooprelon. Agora vamos rescindir e refazer o contrato com a Cooperoeste para alterar o valor e a abrangência do serviço", destacou Pereira. A coleta e transbordo ficarão a cargo da cooperativa e fiscais da CMTU vão verificar a distribuição dos materiais para os barracões.
Com a mudança, a Cooperoeste passa a atender 83 mil domicílios e o valor do repasse deve chegar a R$ 240 mil. "Não é possível fazer apenas um aditivo. Poderíamos acrescentar só até 25% do valor total do contrato já existente. O novo documento será assinado até segunda-feira (27)", explicou o diretor de operações.
Segundo Pereira, outras duas cooperativas recebem repasses mensais da CMTU: a Coocepeve e a Cooperegião, da qual faz parte a Coopersil. Um novo grupo já solicitou a inclusão no sistema de coleta seletiva. O pedido ainda vai ser analisado pelo município.
De acordo com o advogado da Cooprelon, Vinicius Borba, o serviço seria prestado normalmente até às 17h. A cooperativa decidiu não tentar reverter a decisão da CMTU, já que o contrato terminaria em 31 de maio.
Apesar disto, na avaliação do advogado, o atual contrato foi rescindido indevidamente pela CMTU. "Os defeitos que eles apontaram referiam-se a contratos que já tinham terminado".
Caso a companhia não cumpra com os pagamentos pendentes deste mês, existe a possibilidade de ingressar com ação. "A gente ainda precisa receber alguns repasses. Vamos aguardar. Temos que pagar gasto com transporte, colaboradores, aluguel dos barracões. Vamos prestar contas à CMTU e aguardar o pagamento e aguardar o pagamento para finalizar a questão".
(Atualizado às 16h44)