A Secretaria Municipal de Educação (SME) divulgou, nesta quinta-feira (18), o relatório final da Avaliação Antropométrica de 2016 realizada na rede pública municipal de ensino de Londrina. O levantamento foi feito pelos professores de Educação Física em 84 escolas municipais de Londrina, sendo 76 unidades da área urbana e oito da zona rural.
A avaliação consiste na classificação do Índice de Massa Corporal (IMC) dos alunos, obtido por meio da aferição da estatura e peso de cada um dos 25.371 estudantes analisados. Participaram do estudo, realizado em duas etapas, nos meses de março e setembro, crianças e adolescentes inseridos na faixa etária de 5 a 18 anos.
Segundo o coordenador pedagógico de Educação Física da SME, Junior Cesar Dias, a avaliação serve como suporte para a realização de ações educativas que possam colaborar para minimizar os índices de peso excessivo entre os alunos e diminuir os riscos à saúde. "Sabemos que a obesidade e o baixo peso corporal são problemas que envolvem diversos fatores, na maioria das vezes fora do alcance da escola, como questões socioeconômicas, genéticas, comportamentais, entre outras. Mas, por meio da conscientização, buscamos incutir na cabeça dos alunos a importância de hábitos alimentares mais saudáveis e a prática regular de atividades físicas", destacou.
De acordo com o relatório, apenas 62,4% dos alunos analisados enquadram-se na categoria de Eutrofia, ou seja, com peso adequado. O restante, 3,6% (901 alunos) tinha baixo peso corporal e 34,0% (8.647 alunos) apresentava excesso de peso. Entre os estudantes com excesso de peso, 16,7% (4.247 alunos) estavam com sobrepeso; 14,0% (3.558 alunos) são obesos e 3,4% (842) são obesos graves.
Dentre os estudantes com excesso de peso, há uma prevalência maior na faixa dos 9 aos 11 anos de idade. Crianças com 10 anos de idade são as mais atingidas, sendo que 38,1% destas (1.683 alunos) foram diagnosticadas com excesso de peso, e apenas 57,9% (2.553 alunos) com peso ideal. Dos classificados com obesidade, a maior quantidade fica entre os meninos - 14,9% contra 13,1% das meninas. A situação se repete quando se trata de obesidade grave, com 4,7% de meninos em comparação ao 1,9% relacionado às meninas.
Os resultados mostram comparações entre os alunos de diferentes sexos, idades, séries na qual estão matriculados, escolas, zona na qual a escola está situada, dentre outras.
A partir do relatório, as informações e dados apresentados tornam-se instrumentos para nortear o planejamento estratégico da educação municipal e as decisões a serem tomadas, com base em evidências, através de ações educacionais e de saúde. Todos os semestres, os dados coletados pelos professores são lançados em um sistema de gerenciamento de dados da Prefeitura, que permite identificar os riscos à saúde associados a índices excessivamente altos ou baixos de gordura corporal.
Ação integrada
A Avaliação Antropométrica foi integrada, em 2013, pela Secretaria Municipal de Educação, através do Apoio Pedagógico de Educação Física, ao cronograma de trabalhos do evento "Semana do Movimento e Saúde", que vem sendo realizado, desde então, nas escolas municipais de Londrina. A ação ocorre sempre nos meses de março e setembro, abrangendo os alunos, professores, pais e funcionários das escolas.
Junior Cesar Dias frisou que o objetivo é agregar a avaliação a um trabalho educacional mais amplo e consistente, envolvendo um programa de atividades abrangente, que inclui a abordagem de temas relacionados a hábitos alimentares saudáveis, higiene e cuidados com o corpo.
"Cada escola monta seu plano de trabalho. Além de incentivar os exercícios físicos como estratégia para a prevenção de problemas relacionados ao sedentarismo, há atividades promovidas em parceria com as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) para abordar temas relacionados a saúde e nutrição, caminhadas e prática esportiva fora da escola, concursos de redação, entre outros", explicou.