De passagem pela cidade
O Centro de Valorização da Vida (CVV) de Londrina, que há 34 anos oferece apoio emocional às pessoas em situação de desespero, será homenageado pelo Legislativo com o Diploma de Reconhecimento Público, durante a sessão ordinária desta terça-feira (9), às 18h, na Câmara de Vereadores. A iniciativa para a concessão da honraria foi da vereadora Elza Correia (PMDB), apoiada pela maioria dos integrantes da Casa.
O Centro de Valorização da Vida (CVV) foi fundado na cidade de São Paulo (SP) em 1962 por um grupo de universitários. A iniciativa se espalhou pelo Brasil. O principal objetivo da entidade é, por meio da atuação essencialmente voluntária, oferecer apoio emocional às pessoas que estão confusas e abaladas emocionalmente, usando para isso o telefone e a internet. A filosofia do CVV é oferecer oportunidade para o desabafo daqueles que se encontram do outro lado da linha, pois os voluntários acreditam que ao serem acolhidas, as pessoas se fortalecem.
O CVV foi reconhecido nacionalmente com o título de Utilidade Pública Federal em 20 de dezembro de 1973, por meio do decreto n° 73.348. A partir de 2002 o governo federal resolveu apoiar a iniciativa uma vez que não existia outra instituição de prevenção ao suicídio no Brasil e investiu na divulgação da entidade. Neste período ocorreu a abertura de novos postos da entidade e ao mesmo tempo, a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) liberou um número de telefone de três dígitos para atendimento em todo o país, o 141, de fácil memorização.
Três décadas de trabalho - O posto do CVV em Londrina foi fundado em outubro de 1980 e os voluntários que conheceram paulista se instalaram inicialmente numa pequena sala cedida pela prefeitura, localizada rua Mato Grosso. Posteriormente, a entidade ocupou também um espaço no prédio da Secretaria de Cultura além de outros três endereços e atualmente funciona num imóvel alugado na rua Bahia. Conta com um grupo de 20 voluntários, para atendimento todos os dias da semana, no período das 14 às 18h30. O atendimento telefônico é feito por meio dos números 141 e também 3356-4111.
"A meta do CVV, uma entidade nacional, é oferecer atendimento 24 horas, todos os dias da semana, mas para isso precisamos pelo menos dobrar o número de voluntários na cidade", informa Valdete Ramanauskas, atual coordenadora do CVV em Londrina, cidade que ao lado de Curitiba são as únicas que contam com postos da entidade no Paraná. Valdete lembra ainda que o sigilo do atendimento é fundamental para conquistar a confiança das pessoas, que não precisam se identificar para o acolhimento.
Para manter suas atividades na cidade e dar conta dos cerca de 300 atendimentos mensais, o CVV conta com recursos da prefeitura para o pagamento do aluguel da sala, sendo que as demais despesas de manutenção são bancadas por contribuições mensais dos próprios voluntários, de pessoas da comunidade e de campanhas e promoções. Todos os anos, no mês de outubro, o CVV de Londrina realiza a Semana de Valorização da Vida, com palestras dirigidas ao público, abordando temas sobre o comportamento humano.
A principal proponente da homenagem ao CVV, Elza Correia, lembra que o Diploma de Reconhecimento Público à entidade significa valorizar um grupo de pessoas que há 34 anos trabalha anonimamente salvando centenas de vidas. "Em tempos tão difíceis que banalizam a vida, os direitos e a cidadania das pessoas, fatores que aliados aos problemas sociais e econômicos levam muitos ao desespero; é muito importante contar com uma instituição como o CVV que acolhe as pessoas. É preciso reconhecer publicamente o valor desse trabalho", afirmou a vereadora.