Londrina

Após três dias sem notícia, moradora de Londrina consegue contato com irmão em abrigo no RS

10 mai 2024 às 20:26

Moradora de Londrina há mais de 50 anos, a aposentada Custódia Hersílio Pelizza teve o coração tranquilizado nesta sexta-feira (10) ao conseguir conversar com seu irmão Élio Hersílio Gregório, que teve a casa inundada em Porto Alegre (RS) e está alojado em um abrigo improvisado em uma escola da capital gaúcha.


Há três dias, sem acesso a telefones celulares, Élio não conseguia contato com Custódia para dizer que, apesar do desastre ambiental que assola quase 90% das cidades gaúchas, ele estava bem, na companhia dos cachorros Bob e Pitty. Na madrugada desta sexta, a conta do Instagram @rspedeajuda anunciou em seus stories (publicações temporárias da rede social) que ele tentava contato com a irmã, em Londrina. 



Os dois irmãos conseguiam conversar por chamada de vídeo na tarde desta sexta, com o intermédio da reportagem da Ric TV Londrina. “Ele me disse que está tudo bem, que está sendo bem tratado lá [no abrigo] e que é para eu ficar tranquila, que ele só queria me ver. Ele sabia que eu estava preocupada com ele, mas que, graças a Deus, ele está bem”, conta Custódia.


Élio e Custódia são catarinenses, mas, mudaram-se de lá ainda jovens. Aos 18 anos, Élio, hoje com 88 anos, foi para a capital gaúcha em busca de trabalho. Casou-se e fez a vida por lá. Ele não teve filhos e ficou viúvo há cerca de dois anos. 


Irmã mais nova, Custódia mudou-se para o norte do Paraná aos 19 anos, após casar-se. “Nós éramos em mais irmãos, mas, hoje, somos só nós dois e mais um, que mora em Criciúma (SC)”, diz.


Os irmãos Gregório (esq.), Élio (centro) e Custódia em um fim de ano em Criciúma (SC) (Foto: Arquivo pessoal)


Segundo a irmã, Élio morava em uma casa no bairro Navegantes, próximo ao centro de Porto Alegre, uma das regiões mais afetadas devido à cheia do Rio Guaíba, que chegou a cinco metros acima do nível normal.


Custódia afirma que costumava ligar para o irmão toda semana para saber como ele estava. “A gente estava sempre se comunicando. No começo do ano, estive umas três vezes com ele em Porto Alegre. Agora, a moça do abrigo forneceu o telefone dela para eu conseguir falar com ele, até resolver a situação. Depois, vou para lá para ajudá-lo a voltar para casa”, planeja.


E ele viria para Londrina? “Ele não quer sair de lá. Pssou a vida inteira em Porto Alegre, já está acostumado. Se a gente soubesse que ia acontecer essas coisas [enchentes], teríamos tirado ele de lá, mas, para a gente, é imprevisível [o desastre ambiental]”, conclui.


Mortos, desaparecidos e desabrigados


Conforme os dados da Defesa Civil do Rio Grande do Sul informados pela Agência Brasil, o menos 116 pessoas perderam a vida e outras 143 estão desaparecidas em consequência das fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde o último dia 26, que se intensificaram no dia 29.


Até o meio-dia de hoje (10), a Defesa Civil estadual contabilizava cerca de 1,9 milhão de pessoas de alguma foram afetadas, em 437 cidades, por efeitos adversos das chuvas, como inundações, alagamentos, enxurradas, deslizamentos, desmoronamentos e outros.


Em todo o estado, ao menos 337.346 pessoas desalojadas tiveram que, em algum momento, buscar abrigo nas residências de familiares ou amigos – muitas destas seguem aguardando que o nível das águas baixe para poderem retornar a suas casas. Outras 70.772 pessoas ficaram desabrigadas, ou seja, sem ter para onde ir, precisaram se refugiar em abrigos públicos ou de instituições assistenciais.

(Com Agência Brasil)


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