A investigação anunciada pelo secretário estadual de Segurança Pública, Wagner Mesquita, um dia após o assassinato do agente penitenciário Thiago Borges de Carvalho, 33 anos, registrado no final de dezembro do ano passado, ainda permanece em "sigilo e sem novidades", conforme a assessoria de imprensa da Sesp. Quinze dias após o atentado que vitimou o servidor, a única informação repassada pelo órgão é de que "as diligências continuam para tentar localizar os responsáveis".
Thiago foi morto enquanto voltava de uma revista realizada minutos antes na unidade dois da Penitenciária Estadual de Londrina (PEL). A emboscada armada pelos criminosos foi concretizada na avenida Guilherme de Almeida, quando o carro usado pelos agentes no retorno foi atingido por diversos disparos de fuzil. Outros três colegas de Thiago, dentre eles uma mulher, precisaram de atendimento no Hospital da Zona Sul. Todos eram integrantes da Seção de Operações Especiais (SOE), subordinada ao Departamento Penitenciário do Paraná (Depen).
O SOE foi criado em 2015 pelo então secretário de Segurança Pública, Fernando Francischini e sempre foi chamado como "grupo de elite" do Depen. Em Londrina, o setor ganhou base própria em julho de 2016, funcionando em dependências separadas na PEL 1, no jardim Acapulco, região sul de Londrina. Thiago passou no concurso público há oito anos, mas desejou ingressar no SOE depois que o grupo foi efetivado. "Era considerado pelos colegas como um agente extremamente dedicado", disse o vice-presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), José Roberto Neves, ao Portal Bonde dias após o atentado.
Nesta quinta-feira (5), o sindicato voltou a se reunir em Londrina para deliberar sobre as principais reclamações que envolvem o dia a dia da categoria. O encontro aconteceu em um hotel localizado na avenida Tiradentes. O diretor jurídico do Sindarspen, Ricardo Miranda, confirmou que uma carta contendo todas as necessidades será enviada ao secretário Wagner Mesquita. A data para a entrega do documento ainda não foi definida. No mesmo, o Sindarspen pretende realizar uma mobilização em Curitiba.
Em relação ao SOE, Miranda voltou a afirmar que "os agentes trabalham em condições precárias, muitas vezes usando o próprio armamento e comprando munições. Tem gente enfrentando bandido com revólver calibre 38". O sindicato também cobra a contratação de 1.600 agentes para o corpo de servidores do Paraná. Desse número, pelo menos 800 aguardam a nomeação.