O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) deve divulgar em breve os relatórios sobre os acidentes com aeronaves que foram registrados em Londrina em dezembro de 2010 e em janeiro de 2011. De acordo com o responsável pela Seção de Investigação do 5º Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa V), major aviador Carlos Emmanuel de Queiroz Barboza, o primeiro foi concluído em abril e o segundo em meados deste ano e ambos enviado para Brasília para elaboração final.
"Os relatórios foram enviados para Brasília, onde não existe um prazo definido para conclusão. A prioridade geralmente é acidente com registro óbito ou de grande relavância. No relatório final, o Cenipa analisa todos os elementos levantados durante o processo de investigação e assim pode pode confirmar o laudo, como também reforçar ou desqualificar algum dado. Os relatórios elaborados pelo Cenipa têm como objetivo apresentar recomendações para garantir a segurança dos vôos, não apura responsabilidade civil ou criminal".
O primeiro acidente foi registrado na noite do dia 12 de dezembro do ano passado. Um bimotor BET-90, de prefixo PT-WUG, com sete passageiros, caiu próximo ao aeroporto 14 Bis, no Distrito de Warta, na zona norte de Londrina. A aeronave enfrentou problemas e teve que fazer um pouso forçado. O bimotor, que vinhade Uberaba (MG), pertencia a empresários ligados ao Programa Leilões, do Canal Rural. Antes de cair, o bimotor se chocou contra um morro, voltou a subir e depois caiu em uma plantação de soja.
Sobre este acidente, o major Carlos Queiroz adiantou apenas que a causa apurada deve ser diferente da especulada no princípio da investigação.
"Este relatório deve apresentar surpresas, diferente do foi especulado antes. O que posso afirmar é que foi um acidente do tipo Cfit, quando o voo contolado pelo piloto colide com o terreno".
O pior acidente foi registrado no começo da noite do dia 28 de janeiro deste ano, pouco mais de um mês da primeira queda de aeronave. Três ocupantes do bimotor BE58 Boran, prefixo PR-BOR, morreram carbonizados. Na ocasião, moradores relataram que a aeronave apresentou problemas e caiu repentinamente e pegou fogo em uma propriedade rural no distrito Espírito Santo, zona sul de Londrina.
O acidente foi por volta das 18h45, poucos minutos após o trio ter decolado do aeroporto de Londrina. Morreram o piloto e dono da aeronave Gleiton Zaneta Borba, 33 anos, o co-piloto Ronaldo de Souza Pescador, 33, e Oseias Junior Pereira Sena, 18. O terceiro era funcionário da empresa América Táxi Aéreo, onde a aeronave ficava estacionada, e nunca tinha voado
Na época, o responsável pela investigação designado pelo Seripa V, major aviador Romualdo Melo, esteve em Londrina levantando dados sobre o ocorrido. Ele confirmou a queda repentina e abriu a possibilidade de o piloto estar voando abaixo do permitido. Em meio aos destroços da aeronave, os peritos encontraram o plano de voo do piloto, indicando que o avião voava a a mil pé e fazia manobras de treinamento. No levantamento inicial, foi descartada a possibilidade de falha mecânica, já que problema mecânico foi reportado à torre do aeroporto José Richa. Além disso, análise dos motores não indicou ocorrência de falhas e os manetes também foram encontrados em posição normal de voo.
Responsável agora pelo Seripa V, o major aviador Carlos Queiroz, explicou que no relatório enviado para análise do Cenipa, o acidente foi descrito com perda de controle de voo.
Os dois relatórios, conforme ele, devem ser divulgados em breve. Queiroz assegurou a importância do processo de investigação, que é realizado com o propósito de prevenir novos acidentes.
"É importante a divulgação dos relatórios. Assim a população toma conhecimento do processo de investigação. Além disso, a apuração do acidente aeronáutico é de grande importância para melhorar o máximo possível a segurança operacional, seja militar ou civil."