Em ato marcado por protestos de ativistas ambientais e pela euforia da militância, a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, apresentou no final da manhã de hoje o seu programa de governo para o meio ambiente. Na solenidade, realizada num auditório lotado do Hotel Nacional, em Brasília, ela recebeu o apoio de lideranças do PV, do "Movimento Marina" e de ambientalistas.
Militantes do Greenpeace interromperam o discurso de Dilma para fazer um protesto contra o que consideram falta de comprometimento sério dos candidatos a presidente com o meio ambiente e com a política ambiental.Os ativistas se posicionaram diante de Dilma e estenderam um banner com a pergunta: "Desmatamento zero e lei de renováveis: você assina embaixo?" Em seguida, estenderam um documento e ofereceram uma caneta, para que ela assinasse o compromisso. Indignados, os militantes pró-Dilma tentaram conter o protesto, aos gritos de "fora tucanos" e "Brasil urgente, Dilma presidente".
Dilma interveio e pediu aos militantes que deixassem os ativistas do Greenpeace defender sua posição. Em seguida, respondeu que não assinaria o documento, com o argumento de que não faz "leilão político" em troca de apoio. "Minha assinatura não vai em qualquer documento que alguém põe na minha frente e diz, assina. Isso é desrespeitoso", protestou.
A petista afirmou que se compromete, apenas, com propostas viáveis, e ressaltou que o governo até pode alcançar o "desmatamento zero". Mas salientou que seu compromisso de campanha é com os termos do Plano Nacional de Mudança de Clima, aprovado pelo Congresso, que prevê redução de 80% do desmatamento da Amazônia e de 40% do Cerrado.
Ela também defendeu tolerância zero com o desmatamento em qualquer bioma e afirmou que não apoiará políticas que tentem flexibilizar a punição aos desmatadores. Dilma lembrou, ainda, que chefiou a delegação brasileira na Conferência de Copenhague, que revisou os termos do Protocolo de Kyoto. Segundo ela, o Brasil se comprometeu com as metas mais avançadas de redução da emissão de gases de efeito estufa, de 36% a 39% até o ano de 2020.
No programa de governo para a área ambiental divulgado hoje, a candidata do PT à Presidência da República, se compromete a vetar iniciativas que impliquem em anistia aos desmatadores e em redução das áreas de reserva legal.