A Polícia Federal (PF) afirmou hoje que a violação de dados da Receita Federal serviu para a "confecção de relatórios, mas não foi comprovada sua utilização em campanha política". Em nota divulgada à imprensa nesta tarde, a Polícia Federal afirmou também que refuta "qualquer tentativa de utilização de seu trabalho para fins eleitoreiros", ou que atribuem à instituição "conclusões que não correspondam aos dados da investigação".
A nota foi distribuída após reportagens publicadas nesta quarta-feira, que atribuem às investigações da PF a informação de que o jornalista Amaury Ribeiro Jr. encomendou a quebra dos sigilos fiscais do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, da filha de José Serra, Verônica, do genro dele, Alexandre Bourgeois, e de outros tucanos entre setembro e outubro de 2009. Ao citar dados da PF, as reportagens afirmam que o jornalista trabalhava no jornal Estado de Minas na época da encomenda da violação e que, em 2010, participou do grupo de inteligência da pré-campanha de Dilma Rousseff (PT), quando não tinha mais vínculo com o jornal mineiro.
Já segundo a nota da PF, as provas colhidas apontam que o jornalista utilizou os serviços de levantamento de informações de empresas e pessoas físicas "no interesse de investigações próprias". O comunicado informa que, após 120 dias de investigação, a "quebra de sigilo fiscal já está esclarecido e os responsáveis, identificados". A apuração identificou que a quebra de sigilo ocorreu entre setembro e outubro de 2009 e envolveu servidores da Receita Federal, despachantes e clientes que encomendavam os dados, entre eles o jornalista. Ao longo da apuração, 37 pessoas prestaram depoimentos e sete foram indiciadas. O inquérito policial está agora na fase final e, depois de concluídas as diligências, será encaminhado à 12ª Vara Federal do Distrito Federal.