O programa eleitoral da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, apresentado no início da tarde de hoje, explorou a vantagem de 17 pontos porcentuais da ex-ministra sobre seu principal adversário, José Serra (PSDB), na mais recente pesquisa Datafolha, e exibiu imagens da petista ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no comício de ontem em São Bernardo do Campos (SP), na porta da fábrica da Mercedes-Benz.
"Todos os institutos de pesquisa apontam a liderança de Dilma e uma ampla vantagem sobre seus adversários. Dilma disparou na preferência dos brasileiros", disse o locutor. "Cresce a certeza, é Dilma presidente para o Brasil seguir mudando." Durante as imagens do comício no ABC, o locutor citou que Lula, líder sindical histórico da região, "voltou acompanhado daquela que, segundo todas as pesquisas, será a nova presidente".
O programa também destacou a experiência administrativa de Dilma em cargos de governo. "Quem tem uma biografia dessas tem tudo para ser a primeira presidente do Brasil", disse o locutor. A ex-ministra foi apresentada como a sucessora de Lula e apareceu por diversas vezes ao lado do presidente. "Quero ser presidente não por um projeto pessoal, mas porque me sinto preparada para ajudar o Brasil."
Serra repetiu o programa exibido no sábado à noite, dedicado principalmente à educação, em que prometeu criar um programa similar ao Programa Universidade para Todos (ProUni) na área de ensino técnico, batizado de Protec. Ao fim do programa, o locutor fez uma provocação à Dilma, que "está se achando", e afirmou já haver intrigas entre ela e Lula.
Foram exibidas reportagens publicadas nos últimos dias segundo as quais a coligação da adversária já discute nomes para ocupar ministérios. Entre os cotados, foram citados José Dirceu, "o mesmo do mensalão" (suposto esquema de compra de votos parlamentares no primeiro mandato do governo do presidente Lula), e Antonio Palocci. "O Brasil não merece isso", disse o apresentador.
''Grandes cabeças''
A presidenciável do PV, Marina Silva, apresentou "grandes cabeças" que reuniu para criar uma política de desenvolvimento sustentável para o "País que não pode esperar". Em breves aparições, falaram seu vice, Guilherme Leal, o antropólogo Luiz Eduardo Soares, o secretário do Verde da capital paulista, Eduardo Jorge, a socióloga Maria Alice Setubal e o economista Ricardo Paes de Barros.
Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) criticou a política de alianças dos governos do PT e PSDB e afirmou que o eleitor tem opção, "diferente do que a família Sarney apresenta para o Brasil". "Nós, do PSOL, só fazemos alianças com amigos do povo", disse.
Levy Fidelix (PRTB) defendeu a redução de impostos e dos juros. Ivan Pinheiro (PCB) se disse a favor da estatização de companhias já privatizadas. José Maria Eymael (PSDC) pregou a igualdade de oportunidades para todos na educação. Rui Costa Pimenta (PCO) apresentou seu vice, Pedro Paulo de Abreu Pinheiro, agente postal, e afirmou ser contra a privatização dos Correios. José Maria de Almeida (PSTU) defendeu a recomposição das aposentadorias e o fim do fator previdenciário.