Os mais de 135,8 milhões de brasileiros aptos a votar escolhem hoje (3) o 36º presidente do Brasil em 121 anos de República. Marechal Deodoro da Fonseca foi o primeiro presidente do país, após liderar um golpe militar em 15 de novembro de 1889, quando foi proclamada a República dos Estados Unidos do Brasil.
Este ano, concorrem ao cargo de Presidente da República nove candidatos: Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB), Marina Silva (PV), Ivan Pinheiro (PCB), Levy Fidelix (PRTB), Zé Maria (PSTU), Eymael (PSDC), Rui Costa Pimenta (PCO) e Plínio (Psol).
Desde Marechal Deodoro, o Brasil teve em seu comando presidentes civis e militares, escolhidos pelo voto popular, como Getúlio Vargas, em 1950, Juscelino Kubitschek, em 1955, e Fernando Collor, em 1989, como o primeiro presidente civil eleito pelo povo após o golpe militar de 1964. Também foram escolhidos representantes pelo Colégio Eleitoral (Congresso Nacional), como Tancredo Neves, em 1984, ou por militares, como os generais Castelo Branco, 1964, e João Figueiredo, em 1979 - o último presidente do ciclo militar.
Somando-se o período em que governou o país após liderar um golpe de Estado, em 1930 - que culminou com o fim da chamada República Velha - e o mandato popular, Vargas foi o político que por mais tempo governou o Brasil. Ao todo, foram 18 anos, 6 meses e 19 dias. Após a ditadura, Getúlio Vargas foi eleito democraticamente em 1950.
Com dois mandatos consecutivos, de 1995 a 2002, Fernando Henrique Cardoso (FHC) é o segundo com maior tempo na Presidência, com oito anos. FHC foi ainda o primeiro governante a ser reeleito presidente do Brasil - a mudança constitucional que permitiu a reeleição para o Executivo foi aprovada durante seu primeiro mandato. Ao final deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva igualará a marca do seu antecessor, também beneficiado pelo dispositivo da reeleição. Empossado em 2003, Lula permanecerá no poder até o final deste ano.
Com apenas três dias de governo, Carlos Luz foi o presidente que menos permaneceu à frente do Brasil, seguido por Augusto Fragoso e Ranieri Mazzilli, que governaram respectivamente por 11 e 26 dias. Houve ainda presidentes eleitos que não chegaram a assumir a cadeira de Presidente de República. Foram os casos de Júlio Prestes, vítima do golpe militar, e Tancredo Neves, em decorrência de uma doença que o levou a morte, em 21 de abril de 1985. No primeiro caso, assumiu uma junta governativa e, no segundo, tomou posse o então vice-presidente, José Sarney.
O estado de Minas Gerais foi o que mais elegeu presidentes. Ao todo, sete mineiros foram eleitos, mas Tancredo Neves não chegou a assumir o mandato. Rio Grande do Sul, com seis, Rio de Janeiro e São Paulo, com cinco, Alagoas, Maranhão e Ceará, com dois, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Santa Catarina, com um cada, completam a lista de estados que já tiveram representantes como presidente.
Dentre os 35 presidentes do Brasil, 21 tinham como formação a advocacia, 10 eram militares de carreira e três eram jornalistas. Empresário, juiz, professor, engenheiro, metalúrgico, fazendeiro, médico e sociólogo também estiveram no poder. No caso do ex-presidente Sarney, ele tem a advocacia, o magistério e o jornalismo como profissões. Outros presidentes, como Jânio Quadros, Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso, também possuem mais de uma profissão.