Segunda maior cidade do estado, Londrina foi esquecida pelos candidatos ao governo do Paraná no último encontro realizado antes da eleição no próximo domingo (3).
No debate realizado pela Rede Paranaense de Comunicação na noite desta terça-feira (28), houve ironias, troca de farpas, discussão sobre saúde, emprego, educação, habitação, segurança pública, reforma agrária, pedágio, malha ferroviária e problemas na Região Metropolitana de Curitiba, mas Londrina e o interior não tiveram a devida atenção.
Em quase duas horas de debate, os quatro participantes - Osmar Dias (PDT), Paulo Salamuni (PV), Beto Richa (PSDB) e Luiz Felipe Bergmann (PSOL) - mencionaram Londrina apenas ocasionalmente.
Mais uma vez, Beto Richa e Osmar Dias aproveitaram o debate para trocar ressentimentos. O primeiro embate entre os dois teve como tema a geração de emprego. Após pergunta de Beto, Osmar iniciou citando o presidente Lula, declarando que o petista havia ensinado a criar emprego no país, e ainda atacou o partido do adversário: "Infelizmente o PSDB proibiu escola técnica lá atrás".
Na réplica, Beto disse que era fácil Osmar ficar se ligando a Lula, por isso queria propostas originais, propostas próprias do candidato. Beto seguiu na ofensiva e disse que Osmar, quando senador, apresentou propostas contra os trabalhadores, como acabar com a multa de 40% para o FGTS e também votou pela aprovação da CPMF. "Ele é usina de projeto contra o trabalhador", disse Beto.
Na tréplica, Osmar lembrou que na época em que apresentou o projeto do FGTS, no governo Fernando Henrique Cardoso, era senador pelo PSDB e acrescentou que o desemprego era altíssimo. Fechando a questão, disse que após reunião com as centrais sindicais, retirou o projeto porque entendeu que era prejudicial aos trabalhadores.
Compromissos
Na oportunidade de Osmar perguntar a Beto, o pedetista mais uma vez partiu para o ataque, desta vez explorando o fato de o tucano ter deixado a prefeitura de Curitiba para disputar o governo do Estado. Beto respondeu que Osmar estava nervoso e argumentou sobre o motivo de ter deixado a prefeitura.
"Nunca disputei uma convenção, nunca fui candidato de mim mesmo. Aceitei porque minha candidatura representa mudança, para colocar no Estado o modelo que coloquei na capital. Senador está na ânsia de conquistar a qualquer custo os votos de Curitiba". E ainda disse que 80% dos curitibanos haviam aprovado, em pesquisa, que ele saísse da prefeitura para disputar o governo.
A troca de acusações entre os dois continuou mesmo quando não houve confronto direto. Na pergunta de Salamuni sobre a situação da saúde no Paraná, Osmar aproveitou para ironizar Beto: "Acho que é uma das pesquisas que a coligação está impugnando porque não vi". Posteriormente, o pedetista fez outro ataque indireto ao tucano: "Conheço campanha por aí que teve caixa 2 e apareceu no Fantástico", em referência a denúncias sobre a campanha de Richa para a prefeitura.
Considerações finais
O primeiro a fazer as considerações finais foi Osmar Dias. O candidato declarou que como governador pretende dar um salto industrial no Estado e mais uma vez fez referência ao presidente Lula: "Os mesmos passos que o Lula deu no Brasil queremos dar no Paraná."
Na sequência foi a vez de Paulo Salamuni, que agradeceu aos paranaenses pela "onda verde" em torno da candidata Marina Silva: "É uma alternativa diferente para que essa eleição não fosse plebiscitária".
Beto Richa concluiu garantindo que não tem compromisso com grupos políticos passados: "Sou candidato da mudança e não da continuidade, mas uma mudança segura."
Finalizando o debate, Luiz Felipe Bergmann aproveitou para pedir votos para o candidato a presidente Plínio de Arruda Sampaio e disse que é candidato para estar do lado dos trabalhadores: "Nós queremos ser governador porque queremos representar os excluídos das periferias".