Economia

Venda da Global para a Telesp depende de mudanças

16 jan 2001 às 19:57

O presidente da Agência Nacional de Telecomunicação (Anatel), Renato Guerreiro, informou que a transferência das ações da Global Telecom para a Telesp Celular só poderá acontecer depois que ocorrer a migração das duas empresas do serviço móvel celular para o serviço móvel pessoal. Na prática isso representa esperar que haja definições dentro da própria Anatel para regulamentar alguns pontos pendentes. Segundo informou Guerreiro, por enquanto não é possível ocorrer a venda de ações, caso isso represente perda do controle acionário.

"A Global Telecom não pode ser vendida para a Portugal Telecom (controladora da Telesp Celular)", disse Guerreiro. Ele ressaltou que a Portugal Telecom só poderá comprar "quando possível e autorizado". A Global é a empresa que ganhou a concessão da telefonia celular nos estados do Paraná e Santa Catarina. Ela concorre com a Tim Celular.


A assessoria da Anatel confirmou que já recebeu o pedido das duas empresas de telefonia móvel para analisar o processo de compra e venda de ações. A Portugal Telecom anunciou na segunda-feira a intenção de adquirir 49% das ações ordinárias e 100% das ações preferenciais da Global.


A Anatel tem um prazo inicial de 60 dias para dar um parecer, com possibilidade de prorrogação. Até a decisão final, a Anatel pretende monitorar se a Portugal Telecom está atuando na Global, o que não seria permitido.


A Telesp Celular não está se pronunciando oficialmente por enquanto. Com atuação no estado de São Paulo, a empresa é hoje a maior operadora de telefonia celular da América Latina, o que representa 18% do mercado brasileiro. Ela possui 4,2 milhões de clientes e passará a 4,7 milhões quando incorporar a Global.

Mesmo assim, a concorrência assegura que não se sente ameaçada. O diretor de Marketing da Tim Celular, Maurício Roorda, afirmou ontem que não há previsão para mudanças a curto prazo nos planos da Tim para conquistar mercado. Roorda classificou como natural o processo de venda da Global. "A concentração de mercado foi prevista quando a Anatel mudou as regras da telefonia móvel", disse.


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