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Inflação

Tomate é o vilão da cesta básica em novembro

Eli Araújo
31 dez 1969 às 21:33

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A empresária Silvana Rossi não põe apenas o tomate como vilão dos preços dos alimentos mas todos os hortifruti - Marcos Zanutto
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A cesta básica se manteve estável em Londrina no mês de novembro, com aumento de 0,94% em comparação com o mês anterior. A conclusão está na pesquisa mensal realizada pelos alunos da Faculdade Pitágoras sob coordenação do professor e economista Flávio Oliveira dos Santos. O tomate foi o grande vilão do mês, com aumento de 65,39%. No período, também o arroz, o café, a farinha de trigo e a margarina tiveram aumento de preços.

Em compensação, os outros oito produtos da cesta básica tiveram redução de preços. Santos analisa que se não fosse o aumento tão elevado do tomate, a cesta básica teria uma redução de 4,24% no mês passado em Londrina. O feijão, que mantinha um preço relativamente alto, liderou a redução de preços com queda de 25,75%. O economista diz que a queda nos valores da cesta se deve à entrada de uma nova safra no mercado e, por isso, estima que o preço do produto possa cair ainda mais.

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Já o coxão mole, a carne bovina que serve de referência no kit de 13 produtos da cesta básica, teve uma redução de preço insignificante: apenas 0,18%. Santos analisa, entretanto, que o mês de dezembro se caracteriza pelo aumento de preços de todo tipo de carne em função das festas de fim de ano. Ele afirma que há uma tendência de aumento e sugere que o consumidor faça pesquisas antes das compras porque a variação de um lugar para outro ''pode ser significativa''.

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Os consumidores observam que os preços da maioria dos produtos está aumentando. A empresária Silvana Rossi afirma que houve um aumento dos hortifruti de modo geral e não apenas do tomate. Segundo ela, ''o consumidor fica sem alternativa porque o tomate é a base de tudo''. Quanto ao feijão, ela diz que não percebeu ''nenhuma redução'' porque consome menos de um quilo do produto por mês em sua casa. A empresária está um pouco pessimista em relação aos preços num futuro próximo. ''O povo não percebe direito agora por causa das festas, mas acho que a tendência é aumentar bem depois do Carnaval''.


A dona de casa Rose Cabral notou a redução de preços do açúcar e do óleo de soja no mês passado, mas acha que o preço do feijão permanece alto. ''Onde já se viu um produto como esse custar mais de R$ 3,00 o quilo?'', pergunta, indignada. Quanto ao tomate, ela acha que ''subiu demais'', mas aponta que a saída é procurar as promoções nos supermercados. Ela mesmo havia comparado o preço do produto em dois estabelecimentos e diz que ''vale a pena pesquisar''. Rose tem esperança de que os produtos da cesta básica baixem a partir de janeiro por estarem no que ela define como limite. ''Onde a gente vai parar com esses preços? Não tem condições!''

O piloto de avião Reginaldo Pires compara que os preços da cesta básica chegaram às alturas nos últimos 30 dias. Ele aponta a crise financeira mundial e os contrastes climáticos no Brasil como causas para tantos aumentos. Pires notou que o preço do feijão caiu bem nas últimas semanas. ''O preço agora, em minha opinião, está razoável''. O piloto afirma que a tendência no momento é de alta, mas acredita numa estabilização dos preços no começo do próximo ano.


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