Jaquetas, saias, calças, blusas, tecidos de sofás e poltronas de ônibus, forro de Fusca e Fiat 147, tela de tênis. Nas mãos da estilista Elyane Fiuza tudo isso pode ser transformado em bolsas e carteiras de diferentes tamanhos e estilos. Através do site da profissional, chegam encomendas de diversas partes do Paraná e São Paulo. Ela se especializou na arte de transformar materiais usados em acessórios, e o trabalho faz sucesso entre as mulheres. Agora Elyane começa a desenhar peças para os homens, como cintos e bolsas.
A moda está na vida da estilista há 15 anos. Natural de Paranavaí, mas atualmente morando em Curitiba, Elyane começou com uma confecção de roupas, ao mesmo tempo que dava aulas para cursos de graduação. Há oito anos acabou se especializando em bolsas, por ver que o mercado estava em crescimento. ''Tenho uma cliente que, antes de ir a um casamento, primeiro escolhe a bolsa. A partir disso decide o vestido que vai usar'', explica. O mercado cresceu tanto que não é difícil encontrar lojas que vendem exclusivamente bolsas.
O primeiro acessório feito com material usado foi uma bolsa originada de uma calça da marca importada Fendi. ''A peça era linda mas não me caiu bem. Como o brim era bonito, virou bolsa''. Elyane desenhou a peça no papel e depois no papelão. Em seguida levou para uma costureira que fabricou o modelo, incluindo as ferragens, como zíper, correntes e medalhões. Este continua sendo o procedimento para a confecção dos acessórios.
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Com o tempo, as amigas descobriram suas criações e os pedidos foram chegando. Como a estilista já lançava coleções de bolsas com material novo, não foi difícil formar a clientela do acessório reciclado. Só no ano passado, uma das clientes comprou cinco bolsas diferentes.
O diferencial dos acessórios feitos por Elyane é a exclusividade do produto. Ela não faz duas bolsas iguais nem produz cópias de acessórios já existentes de outras marcas. Além de ser criação própria, a cliente tem a certeza que não encontrará peça igual por aí. ''Esse é um dos principais motivos da fidelização das clientes. Elas não querem ir em uma festa e encontrar outra mulher com a mesma bolsa'', conta.
Pode ser de couro, seda, tecido de sofá e até neoprene (material para roupas de surfe). Tudo vira bolsa. ''O que faço é retardar o processo de jogar o material fora'', explica. E parece que a tendência de jogar a atenção nas bolsas vai aumentar ainda mais. ''Nesta década, o acessório vem muito forte. As pessoas vão usar roupas mais simples e ousar nas bolsas'', avisa Elyane.
A fabricação quase artesanal das peças justifica o preço pago por cada uma delas. Os valores variam bastante. Bolsas pequenas custam entre R$ 80 e R$ 120. Além de avaliar o material usado enviado pelo cliente, é necessário ver as costuras e cortes para decidir qual será o modelo da bolsa. Depois disso ainda há o custo da costura e dos acessórios utilizados. Todas as peças são entregues com o símbolo da marca: uma etiqueta de metal com o sobrenome da estilista. Os pedidos são entregues em aproximadamente 10 dias.
Criações atraem clientes
Elyane é a principal modelo da marca. Ela só sai de casa com uma de suas criações a tiracolo. E isso já resultou em bons negócios. ‘Um dia estava passeando no shopping e uma mulher me abordou perguntando em que loja eu havia comprado a bolsa. Quando falei que eu mesma tinha feito a peça e não havia outra igual ela não me deixou ir embora. Tive que vender a bolsa no meio do corredor’, diverte-se.
Fato semelhante ocorreu quando a estilista estava em um desfile de moda, em São Paulo. Enquanto apreciava as roupas que eram mostradas na passarela, percebeu que um rapaz não tirava o olho dela. ‘Quando o desfile acabou ele veio perto de mim e perguntou qual era a marca da minha bolsa’, revela.
No ano passado, Elyane aproveitou o sucesso que a Índia fez no Brasil e produziu peças destacando a imagem de deuses hindus. O sucesso foi tão grande que a obrigou a vender bolsas feitas para ela mesma. No ano passado, a estilista desenhou e produziu 300 bolsas diferentes, entre peças da coleção, encomendas e as produzidas com material reciclado.
Neste ano a estilista promete continuar com a produção de bolsas, mas irá dedicar-se mais à fabricação de cintos. ‘Ele agrega valor ao visual. A cintura das calças está subindo e o cinto vem com tudo’, alerta. Com a dica de Elyane, é hora de revirar o armário e encontrar aquela jaqueta de couro que já não usa mais. Ela pode ser transformada na bolsa ou no cinto mais fashion do guarda-roupa. O trabalho da profissional pode ser conferido no site www.elyanefiuza.com.br.