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Sonho de consumo

Smartphone: um computador de mão dentro do bolso

Gisele Mendonça/Equipe Folha
04 ago 2009 às 12:37

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Mauro Borges, engenheiro em telecomunicações: ‘‘A primeira pergunta é: por qual motivo você quer ter um smartphone?’’ - Olga Leiria/Equipe Folha
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Por mais simples que sejam, os celulares atuais vêm com diversos dispositivos que facilitam a vida do usuário. Mas os smartphones (telefones inteligentes) vão além. Com funcionalidades avançadas, eles trazem praticamente tudo que um notebook ou um desktop de mesa oferecem, com a vantagem de poderem ser carregados dentro do bolso.

À medida que as tecnologias se popularizam, os preços baixam e muitos consumidores sentem-se tentados a ter um desses aparelhos. O mercado já anuncia smartphones a partir de R$ 700. Diante de tantas opções, escolher o produto vira um dilema. Nessa briga de mercado, o ponto de partida para a escolha adequada é a definição do perfil do usuário.

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''A primeira pergunta é: por qual motivo você quer ter um smartphone?'', diz o engenheiro em telecomunicações Mauro Roberto Rodrigues Borges, professor da Universidade Norte do Paraná (Unopar). A dica, segundo ele, é ver o que cada aparelho oferece dentro das diferentes plataformas (symbian, windows mobile, blackberry, android, entre outras). ''Se você quiser simplesmente 'brincar', o smartphone não é um investimento adequado'', observa.

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O smartphone, esclarece o professor, é uma combinação de duas classes: a dos celulares e dos assistentes pessoais digitais (PDAs). A principal vantagem para o usuário é a mobilidade. ''Em qualquer ponto em que você esteja, pode entrar em sintonia com o mundo virtual de duas formas: da tecnologia 3G (com vínculo à alguma operadora) ou das redes Wi-Fi, que geralmente estão disponíveis em locais de concentração massiva como bares, restaurantes, hotéis, shoppings, aeroportos'', explica.

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''Uma vez conectado, por meio do smartphone o usuário pode enviar e receber uma série de informações exatamente como faz em cima de um notebook ou de um desktop de mesa'', completa. Borges ressalta, no entanto, que os telefones inteligentes não vieram para substituir esses computadores, mas para dar mobilidade.


Os smartphones são úteis principalmente para uso profissional ou corporativo. ''O profissional que vai viajar pode carregar dentro do telefone, por exemplo, apresentações, planilhas, power point, documentos com extensão word, com a possibilidade de ainda instalar outros aplicativos'', afirma. Borges também cita como exemplo, um profissional que precisa de acesso contínuo à internet, mas tem que se movimentar muito dentro da empresa.

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Mas sempre é preciso avaliar a relação custo-benefício. ''Se a pessoa for usar a tecnologia 3G para ficar conectada 24 horas por dia, tem que ver bem quanto isso vai custar'', pondera.


Outro ponto a ser avaliado pelo consumidor, segundo Borges, é se o smartphone será comprado por intermédio de uma operadora ou não. ''Pela operadora, geralmente vem embutido um pacote com fidelização (para entrar na internet utilizando a tecnologia 3G). Comprando o aparelho desbloqueado, o usuário poderá se beneficiar das redes Wi-Fi disponíveis no mercado'', observa.

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Fazendo uma comparação com os celulares convencionais de terceira geração, o professor diz que os smartphones se diferenciam nos aplicativos. Para quem pensa em comprar um telefone inteligente, a boa notícia é que, em geral, eles não custam mais caro que os celulares 3G.


‘Não imagino minha vida profissional sem ele’

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O administrador de sistemas Paulo Roberto Mariano tem o hábito de trocar de celular com menos de dois anos de uso. No final do ano passado, ele comprou um smartphone e diz que hoje não consegue imaginar sua vida profissional sem o aparelho.


‘Ele é um windows, então tenho ali MSN, word, excel, power point. Posso ligá-lo direto num data-show, não preciso nem levar notebook. Com ele, posso navegar normalmente na internet, não necessitando de um programa específico para o celular’, conta Mariano. ‘É um computador de mão, de dois ou três anos atrás em termos de capacidade, só que dentro do meu bolso. Não dá para viver sem ele. Todos os meus contatos estão aqui’, resume.

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Por causa da sua profissão, Mariano tem que estar sempre conectado à internet. ‘Se não é pela tecnologia 3G é pela rede Wi-Fi. Dias atrás, por exemplo, uma máquina deu problema e às três horas da manhã o celular me avisou’, conta ele, que trabalha em uma empresa de telefonia.


Assim como vários outros smartphones, o aparelho de Mariano tem touchscreen, que dispensa botões. Também tem câmera fotográfica e filmadora. Na hora de escolher, o administrador de sistemas diz que levou em conta as suas necessidades profissionais. ‘Procuro tecnologias que serão úteis para mim. Não invisto em smartphones que funcionam como brinque-do’, diz Mariano, que já pesquisa outros aparelhos que deseja ter num futuro bem próximo.

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Aparelhos custam a partir de R$ 700


Benedito de Carvalho Nunes, vendedor especializado em celulares da rede regional Móveis Brasília, afirma que os smartphones começaram a ser mais procurados no início deste ano. ‘Antes da chegada da tecnologia 3G na região, não tinha muito sentido comprar um smart-phone’, observa.


Segundo o vendedor, o público que mais compra esses aparelhos é formado por profissionais como representantes de vendas que atuam em diversas áreas. ‘Eles buscam como ferramenta de trabalho mesmo’, repara. Nunes afirma que as marcas mais difundidas e conceituadas no mercado são as mais procuradas.

A rede em que Nunes trabalha oferece quatro marcas de smartphones, cujos preços vão de R$ 700 a R$ 1,3 mil (para aparelhos desbloqueados). Já os celulares 3G (também desbloqueados) custam entre R$ 700 e R$ 2,5 mil.


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