Shoppings de luxo no Brasil também estão de olho no crescimento da classe média e abrindo algumas lojas para este público em seus estabelecimentos.
O shopping Cidade Jardim abriu uma ala com novas lojas de preços não tão elevados em determinados itens, como Siberian e Hering, no ano passado. O Iguatemi, por sua vez, já oferece lojas como a C&A.
"Por mais que esses shoppings trabalhem para a classe A, já estão se voltando para a classe média, dando oportunidade para outras classes comprarem nele. A tendência é de shoppings com grande poder aquisitivo estarem mais interessados na classe média", afirmou o presidente da Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping), Nabil Sahyoun.
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Um total de 500 milhões de consumidores devem circular pelos shoppings de todo o Brasil a cada mês em 2011.
De acordo com Sahyoun, as classes C e D gastam em média entre R$ 50 e R$ 70 quando vão ao shopping, enquanto as classes A e B têm um desembolso médio entre R$ 200 e R$ 250.
O foco dos empreendedores está na classe média porque ela tem crescido. Para se ter ideia, 101 milhões de brasileiros passaram a integrar a classe C no ano passado, que agora passa a representar 53% de toda a população nacional. A classe DE tem 47,9 milhões de pessoas e a AB, um total de 42,19 milhões de brasileiros.
Mais shoppings
Além dos shoppings de luxo estarem voltando a atenção para a classe média, novos empreendimentos já surgem tendo este público como alvo. Neste ano, são esperados mais 35 shoppings no Brasil, somando mais de 800.
"Os grandes grupos estão focando também as classes C e D. Dos shoppings sendo lançados, muitos estão com um mix para essas classes. Hoje, um empreendimento, para se consolidar, tem de atingir classe A, B, C e D", disse Sahyoun.
De olho nos brasileiros estão também as marcas internacionais de luxo, que já vieram para o País nos últimos anos e querem, inclusive, expandir seus negócios.
"Quando se fala em mercado de luxo, as empresas já descobriram o Brasil. O próprio presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse em sua visita ao Brasil que ele 'não é o país do futuro, mas do presente'. As empresas internacionais viram que, dos BRICs (países emergentes), o Brasil é que tem mais democracia", afirmou o presidente da Alshop, sobre o bom ambiente de negócios proporcionado pelo Brasil.
Questionado sobre se a inflação deve abalar o mercado de shoppings, por diminuir o poder de compra dos brasileiros, o presidente da Alshop respondeu que não, devido ao fato de o governo ter instrumentos para combater isso. (Fonte: InfoMoney)