A preocupação com o meio ambiente tem se tornado assunto discutido na maioria das rodas de conversas. Temas como aquecimento global, excesso de chuvas, ''fúria da mãe natureza'' e créditos de carbono fazem parte da rotina da maioria das pessoas, principalmente, com o aumento da poluição e, consequentemente, dos resíduos descartados muitas vezes de forma irregular na natureza. Pensando nisso o Serviço Nacional da Indústria (Senai), em parceria com a Universidade Federal do Paraná e a Universidade de Stuttgart (Alemanha), criou o mestrado internacional em Meio Ambiente Urbano e Industrial.
A ideia do mestrado internacional é preparar os profissionais que atuam nas áreas de gestão ambiental e sustentabilidade a desenvolverem formas de reduzir, reaproveitar e reutilizar os resíduos que antes eram jogados na natureza. A capacitação profissional é feita por professores, mestres e doutores, sendo alguns cedidos pela universidade alemã. O projeto é fomentado e subsidiado pelo Deustscher Akademischer Austausschdienst (DAAD), um órgão público vinculado ao Ministério da Educação e Pesquisa. Essa entidade financia intercâmbios internacionais acadêmicos. Os alunos do mestrado têm a possibilidade de fazer um intercâmbio e conhecer projetos desenvolvidos na Alemanha.
Segundo a coordenadora, doutora Daniela Neuffer, o mercado para esses profissionais é muito bom. ''O mercado na área de meio ambiente cresce a cada ano. Tem demanda, mas ainda faltam profissionais'', afirma. O engenheiro agrônomo, Pedro Luís Prado Franco, funcionário da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), é um dos profissionais que participam do mestrado. Franco procurou o curso após ficar sabendo por meio de colegas. ''O curso encaixa na minha área, além de as aulas serem ministradas aos fins de semana e à noite, o que me permite continuar trabalhando'', comenta. A dissertação de Franco está sendo aplicada dentro da própria Sanepar, a qual assinou recentente um protocolo de intenções com a universidade alemã e, em breve, poderá firmar uma parceria para troca de tecnologias e capacitação profissional.
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O engenheiro Aurélio de Figueiredo Rompkovski, outro aluno do mestrado, deve aplicar também sua tese na empresa na qual trabalha. ''Pretendo analisar a questão da legislação ambiental, e tentar unificar a forma como é feita a coleta de embalagens no país'', comenta. Ainda segundo ele, somente em São Paulo é obrigatório o recolhimento de embalagens e a destinação final adequada. ''O problema é a falta de uniformidade da lei, diferentemente da Alemanha, onde é possível comprar qualquer produto e descartar em outra cidade sem maiores problemas. Os consumidores daqui ainda não têm como fazer isso, pois a lei se restringe a municípios específicos'', aponta.
As difuculdades de implantação de projetos ligados ao meio ambiente esbarram muitas vezes na legislação vigente no país. No entanto, a empresa O Boticário, lançou o programa ''Bioconsciência'' em suas lojas. O programa propõe ações simples e eficientes para facilitar a coleta e reciclagem das embalagens utilizadas pela marca. Nesse projeto as lojas tornam-se pontos de recolhimento para onde os consumidores podem levar as embalagens e frascos dos produtos. Da loja os produtos recolhidos são levados para a empresa de gerenciamento de resíduos credênciada da região. Com isso o ponto de venda se torna um canal para a promoção de uma consciência ambiental do consumidor.