Os óculos de sol não são só uma peça de acessório, também são uma barreira contra raios de sol nocivos aos olhos humanos. Parceiro de todas as horas, o produto é muito procurado por pessoas de todas as idades. No entanto, é recomendado cautela na hora de comprar. Alguns cuidados devem ser tomados para que a proteção não passe a ser mais uma armadilha e, com isso, acabe por causar problemas ainda maiores aos olhos.
Alguns produtos comercializados podem não ter o fator de proteção anunciado e com isso causar problemas que deveriam evitar. A oftalmologista pediatra Cláudia Cabral Dettmer Bornancin comenta que o uso de óculos pelas crianças deveria tornar-se um hábito. ''Os óculos de sol não são só um acessório de moda, mas uma questão de saúde'', afirma. Segundo ela, as crianças passam mais tempo expostas à luz solar e, por isso, podem sofrer mais enfermidades relacionadas à radiação.
Uma das lesões mais comuns é a queimadura de córnea. Entretanto, outras doenças podem ser relacionadas aos raios ultravioletas. É o caso da lesão macular e da catarata, enfermidades que aparecem em idade mais avançada e têm suas causas ligadas à falta de proteção na juventude. ''É importante lembrar que deve-se criar um hábito. A criança, no começo, é muito resistente, mas basta orientar, explicar e elas acabam se acostumando'', ensina Cláudia.
Não só as lentes devem ter a proteção adequada, mas o tamanho dos óculos também devem ser levados em consideração na hora da compra. ''Os óculos devem ter um tamanho adequado ao rosto da criança, deve se optar por armações com lentes grandes que dão proteção de todos os ângulos aos olhos'', informa a oftalmologista. Uma maior proteção pode ser encontrada em óculos com proteção lateral, uma espécie de borracha que protege os olhos da incidência de raios solares laterais.
As armações de policarbonato são as mais recomendadas por serem mais resistentes ao impacto, além disso pode ser usada o ''sicurezza'' (corda usada para impedir a queda dos óculos e que pode ser usada para evitar que a criança arremesse ao chão o produto).
Cores de lentes também são elementos que contribuem para uma melhor aquidade visual, como é o caso das lentes azuis, que segundo a oftalmologista melhoram a visão em distâncias maiores. Há também os tratamentos feitos nas lentes, como a polarização, por exemplo, que impede que o reflexo dos raios em superfícies como a água, ou mesmo a neve, causem desconforto aos olhos de quem as usa.
Ler a etiqueta do produto também ajuda na escolha de uma melhor proteção, item que é encontrado em produtos de melhor qualidade, comercializados em óticas especializadas. Mesmo assim, se o consumidor ainda tiver alguma dúvida em relação ao fator de proteção das lentes, nas óticas é possível encontrar o fotômetro, um aparelho que simula a incidência da radiação solar (os raios UVA e UVB). Os melhores óculos são os que barram de 99% a 100% dos raios UVA e UVB, responsáveis por danos ao orgão.
A médica recomenda aos pais comprarem óculos de sol para seus filhos sempre em óticas e lojas especializadas. ''Nunca comprar em camelô porque o barato, às vezes, pode sair mais caro no futuro. A economia de hoje vai refletir em um custo maior no futuro com o tratamento oftalmológico da crinaça'', salienta. Os raios UVA estão relacionados ao envelhecimento da pele, às lesões maculares e ao provável aparecimento da catarata. Já os raios UVB, além do câncer de pele, podem também provocar queimaduras de córnea.
Aos pais, a oftalmologista recomenda que antes de deixar suas crianças brincarem no sol, é importante equipá-las crianças com chapéu, protetor solar e um bom óculos de sol.
Hábito de pai para filhos
O médico Alberto Lemos, pode ser considerado um fanático por óculos de sol. Sua ''pequena coleção'' particular conta com aproximadamente 15 produtos. ''De qualidade tenho uns sete, mas todos somam 15'', diz. Alberto transferiu sua mania por óculos de sol a seus dois filhos, João Alberto, de 3 anos, e Otaviano, de 7. As duas crianças usam óculos de sol, o pai - responsável pela compra - acredita que a proteção começa desde cedo. Como é médico, atendeu ao longo de sua carreira muitos pacientes com cataratas, efeito da exposição escessiva a sol sem a devida proteção.
A compra de óculos de sol em sua casa é quase mensal, uma vez que as crianças costumam danificar o produto. ''São riscos nas lentes, o que prejudica a proteção e mesmo a estética. O Otaviano, por exemplo, acredita que os seus óculos são pequenos e pede ao pai para usar os dele. Ele fica parecendo uma mosca, mas sempre acha que tá bom'', comenta o pai.
Alberto procura sempre comprar o produto em lojas especializadas, em shoppings em sua maioria. Como o produto é ''perecível'' em sua casa, ele busca sempre comprar pelo preço, mas nunca deixa de lado a qualidade. ''Como são dois lá em casa, e tenho que comprar pelo menos uma vez ao mês, vou pelo preço. Olho se tem a etiqueta, se o fabricante é de confiança'', afirma. Porém, é importante salientar que sempre que possível é bom conferir se o produto realmente apresenta a proteção anunciada.