Parque infantil em ferro é coisa do passado. Os brinquedos modernos são feitos em madeira de reflorestamento e os projetos personalizados atendem a necessidade de cada cliente. Os produtos têm design, qualidade e durabilidade. E não se resumem apenas a balanço, escorregador e gangorra. Por tudo isso, o preço é acima do que se costumava pagar por um simples parquinho até pouco tempo atrás. Um conjunto de brinquedos custa a partir de R$ 6 mil, dependendo do fabricante.
As empresas especializadas seguem as exigências de segurança da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que prevê, entre outras coisas: área de circulação adequada ao redor do playground, tinta atóxica, cantos arredondados, madeira sem soltar lascas, pregos e parafusos galvanizados e embutidos.
Criada em 2003, a Casa na Árvore Construções Especiais, como o nome já diz, tem como carro-chefe a casa na árvore para os públicos infantil e adulto. As unidades são construídas em cima de árvores com conhecimento e segurança por uma equipe formada por profissionais especializados. Uma unidade para criança não sai por menos de R$ 25 mil.
A empresa também desenvolve projetos de playground. Neles, a criança tem à disposição escadas de corda (teia de aranha), escorregador, tubo tipo corpo de bombeiro, paredão de escalada com agarras de montanhismo, caixa de areia, balanços, entre outros. Os preços ficam entre R$ 7 mil e R$ 15 mil.
Existe ainda a linha de mini-casas, para crianças de até 7 anos, com banquinhos, floreiras, bancada, varanda. O produto é montado em duas a três horas e o valor é R$ 3,5 mil. Já a linha eco-parque traz casinhas fechadas com possibilidade de a criança dormir lá dentro. A unidade custa em torno de R$ 20 mil. ‘É um produto mais elaborado, mais artesanal. Levamos de 10 a 15 dias para montá-lo na propriedade do cliente’, diz Ricardo Brunelli, proprietário da Casa na Árvore.
Outra opção é a linha Crusoé - casas com área interna de 2,35m x 2,35m e diferentes tamanhos de varandas. As casas são suspensas (apoiadas sobre pilares de madeira) e, em muitos casos, permitem o atravessamento de alguns troncos ou galhos de árvores. Segundo Brunelli, ainda existem projetos personalizados que podem interligar uma árvore a outra por meio de pontes pensil e até mesmo oferecer escorregadores de fibra de vidro que caem dentro de uma piscina.
O empresário destaca que os produtos primam pela qualidade e durabilidade. ‘Usamos, por exemplo, madeiras de reflorestamento com o selo do FSC e telhas shingles (importadas, feitas de manta asfáltica)’, afirma. Na entrega, os brinquedos e casinhas vão com uma demão de um produto que aumenta a durabilidade. O cliente é orientado a usar a mesma substância uma vez a cada três anos. Brunelli adianta que está fazendo testes com a madeira plástica, material já muito utilizado nos Estados Unidos, mas que ainda tem custo bastante elevado.
Bioconstrução
A empresa Eved - Trabalhos em Madeira desenvolve projetos de playgrounds rústicos, utilizando madeira tratada, principalmente eucalipto citreodora. ‘Com este tipo de madeira, o parque não fica com aparência pesada; fica leve, apesar de ser bem resistente’, explica Mevin Ben Naftali, responsável pela empresa, que faz parte da Comunidade Doze Tribos, em Mauá da Serra.
Eles são especializados em bioconstrução (construção que se faz pensando no todo, aproveitando o que o terreno oferece), trabalho que os integrantes da comunidade aprendem no convívio e passa de ‘pai para filho’. Os parques infantis começaram a ser produzidos há dois anos a pedido de clientes. ‘Antes disso, produzíamos só para o nosso povo (comunidade)’, conta Mevin.
Entre os tipos de brinquedos estão gangorras, balanços duplos, escorregadores, trepa-trepa de corda. A opção mais pedida, porém, é a casinha do Tarzan (ou da Jane) integrada a diversos brinquedos. Esta opção instalada custa R$ 6 mil (preço para as regiões de Mauá da Serra e Londrina). Os projetos podem incluir mais casinhas e outros aparelhos como ponte pencil, falsa baiana (em que a criança passa de um lado para o outro por meio de cordas), tirolesa. Os valores variam conforme o tipo do projeto.
Mevin explica que a equipe de profissionais é composta por até sete pessoas e que o prazo para a instalação do playground é de uma semana a um mês, dependendo do tamanho. ‘Nossos projetos seguem rigorosamente as normas da ABNT e são feitos para que os pais possam acompanhar o percurso dos filhos durante as brincadeiras’, afirma.
Espaço para crianças no foco de investimento de empresas
A empresária Jandira Strass viu a empolgação das crianças crescer depois que instalou no quintal do seu restaurante, no Distrito da Warta, em Londrina, um playground em madeira. O projeto inclui brinquedos tradicionais como balanço e escorregador, mas o que chama a atenção é uma casa feita sobre mourões, integrada com a árvore, com escada de corda (teia de aranha), tubo tipo corpo de bombeiro, paredão de escalada com agarras de montanhismo, entre outros.
‘O parque é para crianças até dez anos, mas famílias inteiras se divertem com a casa. O material é bem resistente e suporta adultos também. Nos finais de semana, as pessoas ficam duas, três horas por lá’, conta Jandira. Ela conheceu o trabalho em madeira durante um evento de decoração e decidiu encomendar para aproveitar da melhor forma o espaço externo do restaurante. ‘As crianças hoje estão muito presas nos apartamentos, então acabam vindo para cá brincar’.
Síndico do condomínio onde mora, em Londrina, o administrador Lafayette Correa de Oliveira Júnior, encomendou um playground de madeira para a área de lazer. ‘Recebi a indicação de um arquiteto. A empresa adequou o projeto às nossas necessidades e o resultado ficou muito bom. As crianças adoram’, conta. No local, há duas casinhas integradas com brinquedos como balanço, escorregador, trepa-trepa.
O condomínio aproveitou para instalar na área duas choupanas, feitas pela mesma empresa, para que os pais possam acompanhar a diversão dos filhos.