É de verdade ou não? Uma planta imponente e aparentemente muito viva e bem cuidada costuma causar a dúvida. Ao contrário de pouco tempo atrás, as plantas artificiais estão bem próximas às naturais, tanto na aparência quanto na textura. Optar por elas é uma boa alternativa para quem não gosta ou não tem tempo de cuidar de vasos. E os profissionais de decoração avisam: não é mais brega tê-las em casa.
Querendo imitar a natureza, o mercado já oferece várias ''espécies''. Quanto mais parecidas com as verdadeiras, mais caras elas são. Um bambu mossô, que tem o caule natural e as hastes e folhas artificiais, pode custar entre R$ 500 e R$ 1 mil, dependendo do tamanho. Um natural está em torno de R$ 200.
As orquídeas também entram nessa linha, com preços que variam entre R$ 20 e R$ 300. ''Elas seguem as características das espécies naturais. As mais caras são as variedades mais raras'', diz Marisa Martins Vasques, proprietária da Fatisa Móveis e Decoração, em Londrina, que trabalha com vários tipos de árvores, folhagens e flores artificiais. A maioria é importada.
Segundo a comerciante, há cerca de três anos o mercado passou a contar com mais opções de plantas artificiais. A qualidade também melhorou muito. São utilizados materiais emborrachados, fibras sintéticas, silicone. O plástico, com aquela característica de flor de cemitério, já perdeu espaço.
Marisa afirma que os consumidores procuram essas plantas por indicação de arquitetos ou por se encantarem mesmo com o produto quando chegam à loja. Entre as demais variedades que a comerciante oferece estão dracena, bambu da sorte, rosa, amarilis e até banananeira com cacho. As plantas vêm em vasos ou cachepôs e, a exemplo das rosas, também são vendidas separadamente.
Nos vasos, cascas de árvore, areia e pedras na superfície dão a impressão de que as flores estão plantadas. ''As plantas artificiais são muito bem aceitas hoje porque são práticas, duráveis e de bom gosto. De uns tempos para cá, os fabricantes inovaram muito nos materiais'', diz Marisa.
Na casa da empresária Patrícia Teló, as flores e árvores artificiais se misturam com as naturais. Na sala de estar, por exemplo, ela tem um ''jardim de verdade'' e um imponente bambu mossô que imita o natural. ''A arquiteta que decorou minha casa sugeriu este bambu porque uma planta natural grande ali ficaria difícil. Na hora achei estranho o fato de ser artificial, mas quando vi me apaixonei'', conta ela, que também tem rosas e outras variedades de plantas ''fabricadas''.
Patrícia diz que a semelhança com as reais é tão grande que muita gente confunde e precisa tocar para tirar a dúvida. ''Dias atrás, minha empregada colocou água no bambu e estranhou o fato de a planta não absorver. Só depois que eu falei é que ela percebeu que não era de verdade. Foi muito engraçado'', conta a empresária.
Arquiteta indica o produto para locais com pouca luz
Segundo a arquiteta Chris Brasil Jozzolino, as plantas artificiais são bastante utilizadas hoje em projetos de decoração de interiores. São indicadas principalmente para locais com pouca luminosidade, que não permitem plantas naturais. ''Algumas são tão perfeitas que você só descobre que não são de verdade quando coloca a mão'', observa.
A arquiteta diz que o produto atende também aquela pessoa que não gosta ou não tem tempo para cuidar dos vasos. ''A primeira opção é sempre a planta natural, mas se o ambiente não permite indico a artificial. Há casos, porém, de clientes que falam que não gostam de cuidar de flor e já optam pelas artificiais'', conta Chris.
As opções mais usadas pela arquiteta são o bambu mossô e a orquídea porque são facilmente encontradas no mercado e ajudam a compor a decoração de diversos ambientes. ''Antigamente esses produtos eram tidos como bregas, mas hoje são elaborados com materiais de qualidade, inclusive com textura bem próxima do real'', repara.
No caso do bambu mossô, Chris destaca que a opção pelo artificial é interessante pelo fato de o natural ser bem difícil de cuidar. ''Você vem com ele lindo para a casa e depois de dois meses todas as folhas caem e as novas só vão surgir depois de dois a três meses. É uma planta bem sensível, que pode morrer facilmente por excesso ou falta de água'', diz.