Atividades físicas ao ar livre ganham cada vez mais adeptos: uma caminhada no parque, um passeio de bicileta. Em Londrina, muita gente tem optado por andar de patins. E um modelo novo chama a atenção pelas ruas da cidade. Importado, com design diferenciado, o Skorpion lembra aquele ‘velho’ modelo quadriline (com duas rodas na frente e duas atrás), usado principalmente no final da década de 1980 e começo de 1990. Mas só lembra.
Desenvolvido por uma empresa da Nova Zelândia – especializada em produtos para esportes radicais – o novo patins conta com rodas especiais, amortecedores, rolamento específico, freios traseiros e pode ser usado em diversos terrenos, inclusive os de areia ou pedra. O modelo começou a ser comercializado no Brasil por uma loja londrinense, há pouco mais de três meses. O preço também chama a atenção, o produto custa R$ 465. Mas segundo a revendedora, o valor compensa pelo conforto do patins e não é tão maior do que o preço dos modelos tradicionais, que dependendo da marca podem ser bem mais caros.
A empresária Sonia Wild, que foi quem trouxe o Skorpion para o Brasil, diz que viu o modelo pela primeira vez em uma reportagem de revista que falava sobre produtos inovadores. Quando seu marido, o empresário Cristian Marcelo Marques, decidiu viajar pelo mundo em busca de novidades para a loja, o primeiro lugar em que aportou foi a Nova Zelândia. Negócio fechado, de lá tem vindo os patins.
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‘O que me atraiu para vender o produto foi a ideia de se exercitar ao ar livre, poder andar na rua com as crianças e ao mesmo tempo brincar com elas’, conta Sonia, mãe de uma menina de 13 anos e um menino de 9 e uma pessoa bastante interessada em esportes e em atitudes que proporcionem o bem-estar. O patins está à venda em dois modelos: o multiterreno e o urbano. Além disso, a loja revende peças de reposição.
Vizinho da loja, o engenheiro Élcio Antônio Cruciol, que também já tinha visto o Skorpion na Europa, decidiu comprar os patins para seus filhos. ‘É um modelo bem interessante porque dá para levar à praia, aos parques. É uma forma de lazer que ajuda a tirar as crianças de dentro de casa, da frente do computador’, comenta Cruciol.
As crianças, segundo ele, adoraram o novo brinquedo. Henrique Corrêa Cruciol, de 10 anos, que já pratica patinação artística, conta que andar com o Skorpion é gostoso porque o ‘calçado’ dá mais liberdade para fazer ‘manobras’. ‘Esse patins tem molejo e dá para andar em vários lugares’, reforça o garoto, que gosta tanto de bicicleta quanto de patins.
A irmã, Nicole Corrêa Cruciol, de seis anos, começou a dar os primeiros ‘passos’ como patinadora quando ganhou o brinquedo. ‘Gostei bastante do patins e prefiro ele do que a bicicleta. No começo caí bastante, mas agora já sei andar mais ou menos’, conta Nicole, que recebe umas aulinhas de patinação do irmão.
Mas não são apenas os filhos que ‘brincam’ com o patins, o engenheiro também dá suas ‘patinadas’. ‘Esse modelo é melhor do que os tradicionais, desliza mais, a gente não sente tanto o impacto no chão, dá até para pular, saltar’, descreve. Ele observa que o preço do Skorpion pode parecer alto, porém alguns modelos como os profissionais ou os inlines chegam a custar até três vezes mais que esse modelo importado. Uma dica de Cruciol é sempre equipar as crianças com itens de proteção como joelheiras, capacete, cotoveleiras e munhequeiras.
Brincadeira de criança é resgatada
Quando viu pela primeira vez o Skorpion pela internet, a funcionária pública Nara Regina Pasqualino Costa, 39 anos, não teve dúvidas de que era aquele modelo que queria comprar. ‘Eu já tive vários tipos de patins e andava muito quando era criança, adolescente. Estava fazendo uma pesquisa pela internet para comprar um novo patins e quando vi esse modelo fiquei apaixonada’, lembra Nara, explicando que o Skorpion desliza mais do que os outros modelos e também é mais leve.
Para ela, andar de patins é uma atividade que ajuda a relaxar e se livrar do estresse do final de um dia de trabalho, além de representar um bom exercício físico. ‘Também é uma forma de diversão. Para não andar sozinha tenho incentivado meu filho’, conta a funcionária pública, que comprou um modelo inline para o filho Júlio, 6 anos. ‘Foi difícil no começo, não tinha impulso. Mas agora já sei andar sem cair muito’, revela o menino, que prefere os patins à bicicleta. Nara e Júlio costumam andar de patins no pátio do condomínio onde moram.
Atividade pede alguns cuidados
Antes de se aventurar com passeios de patins, os praticantes precisam tomar alguns cuidados. Conforme recomendação da professora da escola Dancing Patinação, Júlia Sperandio Lupes Adum, o patinador precisa antes de mais nada conhecer bem o lugar por onde vai passar. ‘O asfalto geralmente é irregular, então os cuidados devem ser redobrados porque o risco de acidente torna-se maior’, pontua Júlia.
E como todo esporte radical, acrescenta a professora, para andar de patins é interessante usar itens de proteção como joelheiras, capacete e cotoveleiras. Júlia ainda orienta que assim que a pessoa começar a praticar a patinação na rua aprenda logo a frear ou virar. As medidas resultam em mais segurança e menores possibilidade de quedas.
A professora comenta que não há a necessidade de se aprender a patinar em escola especializada, até porque o foco da atividade geralmente é outro. A rua, segundo ela, pode ser uma boa ‘escola’, mas a pessoa precisa ter cuidado e nunca se esquecer que os tombos fazem parte do aprendizado.
Júlia ainda acrescentou que muitas pessoas têm procurado a escola para ter aulas particulares de patinação e aprender algumas técnicas. ‘A maioria delas procura como atividade física, pois é um esporte gostoso, lúdico e ajuda o praticante a entrar em forma’, diz.