Os amigos Gabriel, Marco Aurélio e Daniela compraram o pacote para Roma e devem estender a viagem para outros lugares
Aquela viagem internancional dos sonhos nunca esteve tão fácil de se tornar realidade. Além do câmbio favorável, as companhias aéreas e a rede hoteleira dos países ricos reduziram seus preços para superar os efeitos da crise financeira mundial. Resultado: é possível encontrar pacotes para Estados Unidos e Europa entre 20% e 30% mais baratos.
O importante é ficar atentos às promoções, que têm surgido com frequência, indica Branca Zucoli Garcia, gerente da operadora de turismo CVC em Londrina. ''A vantagem do pacote é que ele engloba redução de preço em todos os serviços, além de ter formas de parcelamento mais facilitadas'', destaca. Ela diz que as promoções duram menos de sete dias, geralmente, de sábado a quarta-feira.
Uma boa dica, portanto, é deixar o nome, o telefone e o e-mail em alguma agência para que os agentes avisem sobre as promoções, já que as filas são grandes nestes períodos. ''Recebendo a autorização, disparamos as informações para o nosso mailing de clientes. Às vezes, a pessoa nem estava pensando em viajar, mas desperta o interesse por causa das facilidades'', afirma Branca. As informações também são disponibilizadas por meio de publicidade nos meios de comunicação.
Na semana passada, quando a reportagem fez contato com a operadora de turismo, não havia promoção de pacote internacional agendada. Os agentes trabalhavam, porém, com a expectativa de preços reduzidos para esta semana. ''Geralmente ficamos sabendo na quinta-feira para passarmos a vender a partir de sábado'', alerta Branca.
Entre as últimas promoções, ela cita quatro noites em qualquer uma das principais capitais da Europa (como Paris, Madri, Lisboa, Londres) por R$ 1,9 mil; e três noites em Miami (Estados Unidos), por R$ 1.550,00. Os pacotes incluem parte área e hotel categoria turística (padrão três estrelas), com saídas de São Paulo. É bom anotar que nesses preços não estão incluídas as taxas de embarque, que ficam em média R$ 300, mas também podem ser parceladas. Nas promoções, os pacotes para os Estados Unidos podem ser divididos em até dez vezes e para a Europa em até oito.
Quem está interessado somente nas passagens aéreas também encontra preços mais baixos desde o mês de julho, independente de promoção. Alguns exemplos: Nova York (a partir de R$ 1.550,00), Orlando (a partir de R$ 1.780,00), Miami (a partir de R$ 1.460,00) e destinos europeus como Paris, Madri e Lisboa (a partir de R$ 1.540,00). Os valores não incluem as taxas de embarque e são válidos para a baixa temporada. ''A partir de 8 de dezembro entra a alta temporada, que vai até final de janeiro. Neste período, as passagens ficam em média R$ 200 a R$ 300 mais caras'', explica a gerente da CVC.
Além do período para a compra, os anúncios de promoções de viagens informam ao consumidor a vigência do pacote, em geral, de dois a três meses. Outra característica é a maleabilidade. É possível comprar um pacote de quatro dias para a Europa, por exemplo, e estender a viagem, pagando as demais despesas à parte. ''A pessoa tem 30 dias para embarcar de volta, mas a passagem tem que ser marcada já na compra o pacote'', explica Branca.
Recuperação do setor começou em agosto
Branca Zucoli Garcia, da CVC: ‘A vantagem do pacote é a redução de preços em todos os serviços, além do pagamento facilitado
De outubro do ano passado até março, as agências de viagens chegaram a registrar queda de 25% na procura por pacotes. A situação começou a melhorar em abril, mas o aumento dos casos de gripe suína em junho atrapalhou destinos apreciados no México (queda de 90% nas vendas de pacotes), Argentina e Chile.
''Os pacotes para a Argentina tiveram uma queda de mais de 50% em razão da gripe suína'', diz Leonel Rossi Júnior, diretor de assuntos internacionais da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav). A recuperação para valer começou em agosto. ''A retomada da economia, os bons preços das passagens aéreas e a diminuição nos casos de gripe suína finalmente estão dando novo fôlego às viagens internacionais'', diz o diretor.
Segundo Rossi, os destinos internacionais mais procurados são os tradicionais roteiros pela Europa (Paris, Roma, Madri, Lisboa e Londres) e EUA (Miami, Orlando, Nova York, Las Vegas e Califórnia). Ele aponta também uma tendência de diversificação dos destinos. ''Há pacotes de 9 noites em Israel e Jordânia que custam em torno de R$ 5,6 mil e que estão vendendo bem'', diz. Destinos como Índia e Egito também começam a ser procurados.
Rossi acredita que, apesar do bom momento, 2009 ainda terá um resultado 5% menor em relação a 2008, que foi um ano de muita expansão no setor até o último trimestre do ano, marcado pelos efeitos da crise. (Agência Estado)
‘Oportunidade imperdível’
Vinte dias viajando por vários países da Europa, com possibilidade de uma esticada até o Egito. É o roteiro que os estudantes universitários Gabriel Zarea Gonçalves, Marco Aurélio Cruciol Rodrigues e Daniela Torres vão fazer em janeiro de 2010. Aproveitando uma promoção, eles compraram um pacote de quatro noites para Roma e devem estender a viagem para conhecer outros lugares.
‘Eu já vinha planejando a viagem há algum tempo e quando vi os preços dos pacotes achei uma oportunidade imperdível’, conta Marco Aurélio, que convocou os amigos. ‘Vamos aproveitar a entrada e a saída do pacote, usando as quatro noites de hotel, e também mochilar neste período’.
Eles parcelaram o pacote (em torno de R$ 2 mil) em oito vezes e a expectativa é gastar, ao todo, cerca de R$ 5 mil cada. Alguns integrantes do grupo vão a Europa pela primeira vez. É o caso de Gabriel Zarea Gonçalves. ‘Achei o preço muito vantajoso. Vale a pena’, diz.
O casal Adriana e Alvarez Cunha (ela empresária, ele médico) embarcou em dois pacotes promocionais para Nova York (em maio) e Orlando (em agosto) e deve viajar ainda este ano para a Europa (Espanha e França). ‘Sempre viajamos, mas nunca como este ano. Todos esses são lugares que já conhecemos, mas estamos voltando por causa dos preços que estão muito bons’, conta Adriana.
Ao contrário do que muitos podem imaginar, ela diz que os pacotes promocionais não deixam nada a desejar. ‘Nas duas viagens que fizemos este ano foi tudo excelente, desde a companhia aérea até o nível do hotel’, revela. ‘Isso coloca por terra aquela ideia que nós brasileiros tínhamos de que tudo que é promoção nem sempre é bom. As coisas estão mundando’.