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Os benefícios dos alimentos na ''cara'' do consumidor

31 dez 1969 às 21:33

Saber o que é saudável é fácil. Difícil é colocar em prática a tal alimentação rica, correta, equilibrada que os nutricionistas recomendam. Mas será que os hábitos mudam se o consumidor, no momento das compras, se deparar com informações sobre os benefícios daquele produto que está ali na sua frente? Uma rede de supermercado de Londrina está comprovando que sim. As vendas de hortifrutis aumentaram em média 15% depois que a empresa passou a informar o consumidor sobre as propriedades dos produtos.

Nas bancas foram afixados folhetos falando, por exemplo, da influência de vários tipos de alimentos na saúde. O projeto piloto foi iniciado há cerca de três meses em uma das três lojas da rede Musamar, mas a intenção é estender para as demais. Por enquanto, as informações abrangem os setores de hortifruti, peixes e cereais.


A nutricionista da empresa, Franciela Alves, conta que tudo começou com a observação da alimentação dos próprios funcionários. ''Notamos que quando tinha maçã de sobremesa muitos deixavam de lado, o que acabava gerando um desperdício grande. Foi daí que surgiu a ideia de falarmos das propriedades nutricionais dos alimentos, estendendo também para os consumidores'', lembra.


Segundo Franciela, muitos funcionários não sabiam, por exemplo, que a maçã tem uma generosa quantidade de fibras (pectina), que ajudam a diminuir os níveis de LDL (colesterol ruim) do sangue, além de outras impurezas que se acumulam no organismo devido a uma alimentação inadequada. Com a mudança de hábitos, evitou-se o desperdício e grande parte conseguiu reduzir o colesterol e resolver problemas de hipertensão sem tomar remédio.


O projeto tem a proposta de levar ao público o valor nutricional dos alimentos e sua função no organismo. ''O foco são os produtos que influenciam na diminuição do colesterol, no controle da pressão arterial e no equilíbrio dos índices glicêmicos (açúcar)'', explica. A ideia é abordar também os industrializados, falando, inclusive, dos malefícios de determinados componentes como a gordura trans.


Franciela observa que a conscientização do consumidor acaba gerando melhoria nas vendas, como já está sendo comprovado. Ela destaca que nos supermercados há produtos cuja função é desconhecida para muita gente. É o caso dos farelos de aveia e de soja, que ajudam a diminuir a absorção de açúcar, sendo indicados para os diabéticos.


Além dos folhetos explicativos, a empresa vai colocar à disposição do consumidor uma urna para quem quiser esclarecer dúvidas. As respostas serão espalhadas e poderão ser compartilhadas por todos.

João Paulo Monteiro, encarregado do setor de hortifrutis de uma das lojas do Musamar, conta que os folhetos causam reações diferentes entre o público. ''Vejo gente parando para anotar o que está escrito e já teve uma pessoa que arrancou o folheto para levar para casa'', revela. Nesta semana, Monteiro fez uma experiência que deve surtir efeito: colocou cereais como linhaça e quinoa, acompanhados de folheto explicativo, bem ao alcance dos consumidores, na frente da balança do setor de hortifrutis.


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