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Óleos corporais: ritual de beleza e sensualidade

31 dez 1969 às 21:33

O mercado de cosméticos e perfumaria não para de crescer. De olho em consumidores ávidos por novidades e em busca de beleza e bem-estar, as empresas lançam quase que diariamente novos produtos. Segundo dados da Associação das Indústrias do setor (Abihpec), o faturamento em 2008 alcançou a casa dos R$ 21 bilhões. Um produto, em especial, já há anos no mercado, se mantém entre os preferidos de alguns consumidores e tem ajudado a alavancar as vendas do segmento: os óleos corporais.

Por meio de inovações constantes, os óleos são aprimorados, ganham tecnologia e conquistam cada vez mais usuários. No ano passado, o segmento faturou R$ 235 milhões e registrou crescimento de 23% em relação a 2007, conforme dados divulgados pela Natura.


Apesar do crescimento, a venda de óleos corporais teve apenas 2% de participação no mercado de perfumaria e cosmésticos, em 2008. ''É um segmento pequeno em relação aos de comésticos de uma forma geral, mas tem crescido significativamente'', afirma Ana Carolina Aguiar, gerente de marketing e inovação da Natura, que credita esse acréscimo nas vendas aos constantes investimentos.


A pequena partipação dos óleos no mercado em geral, acredita Carolina, deve-se principalmente à pouca publicidade destinada aos produtos do genêro. Segundo ela, dados do Ibope apontaram que em 2008 toda a indústria investiu cerca de R$ 13 milhões. Como base de comparação, a gerente de marketing citou os investimentos publicitários em sabonete: R$ 130 milhões.


Além disso, Carolina apontou que ainda existem alguns mitos relacionados aos óleos corporais, por exemplo, quanto à hidratação da pele, os quais limitam as vendas. ''Quem não usa óleos corporais é porque tem pouca informação sobre os benefícios do produto e de como usá-lo. E saber usar o produto faz toda a diferença'', observa. Sem dar detalhes e precisar números, a representante da marca adiantou que a empresa tem procurado investir mais na divulgação desses produtos e desmitificar o uso.


Uma das pioneiras na fabricação de óleos perfumados de banho no País, a Natura reforça frequentemente o expertise da empresa na categoria. Carolina lembra que o primeiro óleo corporal da empresa foi o da marca Séve e chegou ao mercado em 1983. Começou com o óleo de amêndoas e hoje, além de edições limitadas, conta com outras três fragâncias.


Além dessa categoria, a representante lembra que a empresa foi a primeira a colocar no mercado brasileiro o óleo trifásico, em 2000. E, no ano passado, a marca passou a apostar nos óleos pós-banho. Segundo Carolina, a Natura investe nesses produtos porque tem um carinho especial pela categoria, sabe de seus benefícios e possui alguns clientes bastante fiéis. ''Fizemos uma pesquisa entre usuárias que apontou uma relação muito forte com o produto'', conta. ''Algumas disseram que sentem-se mais bonitas, mais femininas. Outras falaram que usar óleo faz parte de um ritual de beleza. A categoria combina questões funcionais e apegos emocionais. Está ligada a bem estar e sensualidade'', conclui.


Quebrando alguns mitos


Segundo levantamento da Natura, a maioria das pessoas conhece a categoria de óleos corporais. Entre as usuárias, 71% buscam hidratação e maciez da pele e 51% perfumação, 65% usam todos os dias e 37% não substituem o óleo por nada. Entre as que não são usuárias, 36% não compram porque acham que o óleo não combina com seu tipo de pele, 18% porque acreditam que a pele ficará engordurada e 14% porque nunca se interessaram pelo produto.


Na opinião da gerente de desenvolvimento da marca, Adriana Rodrigues, para alavancar a comercialização dos óleos corporais é preciso quebrar alguns mitos relacionados ao produto. Ela destaca, primeiramente, a importância de se usar o óleo corretamente. E lembra que existem os óleos de banho – que precisam de enxágue –, os pós-banhos e ainda os esfoliantes.


Adriana explica que os óleos de banho da empresa têm a mesma função de hidratar e proteger a pele. No caso da formulação monofásica – da linha Sève – e trifásica – da linha Ekos – a diferença fica por conta da textura do produto, o primeiro tem fragrâncias mais confortantes e o segundo explora mais as cores e os cheiros. ‘A diferença é sensorial mas os benefícios são os mesmos’, pontua a gerente.


Ela destaca que os óleos de banho precisam ser enxaguados porque alguns componentes do produto podem provocar reações desagradáveis. Já os pós-banho recomenda-se não enxaguar para que a aplicação não perca alguns de seus benefícios. Adriana frisa que toda a linha de óleos da Natura é desenvolvida com base de óleos vegetais, retirados de forma sustentável.


Quanto aos principais mitos, ela revela que os óleos hidratam a pele, ao contrário do que muitas pessoas acreditam. Adriana explica que o corpo humano é constituído por 75% de água e os óleos impedem que a pele perca água e por isso são capazes de hidratá-la.


Essa categoria, continua ela, não deixa a pela engordurada. Testes da marca mostram que o residual de óleos de banho na pele diminui após alguns minutos. E, além disso, os óleos corporais são indicados para qualquer tipo de pele. ‘O importante é escolher o produto que ofereça uma melhor sensação de conforto’, sugere.


Na semana passada, a Natura inaugurou a Academia da Beleza, na fábrica em Cajamar (SP), e pretende promover cursos e palestras com o objetivo de oferecer conhecimento sobre perfumaria e cosmésticos.


A jornalista viajou para Cajamar (SP) a convite da Natura.


Consumidora aprova os óleos de banho


Desde que começou a usar óleos corporais há seis anos, a empresária Adriana Oliveira, 30 anos, não substitui o produto por nenhum outro. ‘Hidrata muito mais do que os hidratantes tradicionais e o perfume também fica na pele por mais tempo’, avalia.


Adriana lembra que usava os hidratantes tradicionais mas, às vezes, a pele ainda ficava ressecada, principalmente no inverno. Então, decidiu comprar um óleo para fazer um teste e nunca mais deixou de usar. ‘No inverno é muito bom porque parece que o óleo até ajuda a aquecer o corpo’, descreve a empresária, destacando a praticidade do produto. Mesmo no verão, não deixa de usar óleos de banho, mas intercala com os hidratantes tradicionais. ‘No verão, uso mais os trifásicos que têm uma textura mais fina e secam mais rápido’, conta.

Para não ficar com a pele oleosa, Adriana comenta que procura secar bem o corpo e tirar corretamente o resíduo do produto. Além disso, tem o hábito de usar várias fragrâncias para não enjoar dos cheiros. Apesar do preço dos óleos geralmente serem mais altos do que dos hidratantes normais, a empresária afirma que o custo-benefício compensa. ‘O óleo espalha bem, então rende mais’, diz.


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