Seu bolso

Muito mais do que simples pedras

23 nov 2009 às 11:09

Mármores, granitos, travertinos, limestone, quartz-stone, marmoglass. São opções de rochas ornamentais que compõem os diversos cômodos de uma casa ou ambientes comerciais. Símbolo de elegância, o uso delas em pisos, revestimentos, tampos e decoração valoriza o imóvel. Associados à tecnologia, elas ganham novos espaços e variedades.

Cada peça de mármore, granito e limestone, por serem extraídos da natureza, é única. A diferença entre eles é o grau de cristalização da rocha, ou seja, a ''dureza''. Por esse motivo, granitos acabam sendo mais utilizados em tampos de cozinha e pisos de alto tráfego, justamente por serem mais resistentes. Já o mármore ganha em movimento e beleza, mas, por ser mais macio e poroso, mancha com mais facilidade.


A Itália, país que sempre foi referência nas pedras naturais, também saiu na frente na criação dos materiais sintéticos. E hoje o marmoglass e o quartz-stone ganham a preferência de arquitetos e decoradores por sua maior uniformidade e exclusividade, uma vez que seus preços estão bem acima das rochas extraídas de pedreiras.


''O marmoglass nada mais é do que um vidro colorido chapado. Já o quartz-stone utiliza o mineral quartzo para formar uma textura única. Em termos de qualidade, a diferença é pequena. Mas hoje há um marketing grande para valorizar esses novos produtos'', explica Simone Kovalhuk, diretora da Michelangelo, fábrica de Curitiba especializada na comercialização de rochas ornamentais.


Segundo a arquiteta Silmara Pimpão, não existem regras para utilização de rochas ornamentais. A escolha de cores, formatos, quantidade e ambiente para utilização depende exclusivamente do gosto da pessoa. ''Ele pode ser usado desde o hall até o banheiro. Hoje, com um sistema de aquecimento, é possível usar o mármore no piso dos quartos. A escolha é puramente estética. Mas dá para fazer uma parede inteira de mármore, por exemplo'', conta.


Depois de escolhido o tipo de pedra, uma mamoraria precisa beneficiar as chapas para dar o formato desejado. Algumas lojas vendem o produto já recortado, pronto para aplicação em pisos, paredes ou muros. Já um tampo de pia de cozinha ou banheiro, por exemplo, seguirá um desenho próprio que precisa ser adequado ao local onde será aplicado. De acordo com Silmara, a única ''tendência'' em relação às rochas são as linhas retas em seus cortes.


A psicopedagoga Claudia Portela chega a se apaixonar por algumas pedras. Depois de reformar recentemente sua casa, agora ela está construindo uma nova e disse que gosta de sentar junto com o arquiteto para pensar os mármores e granitos que serão utilizados. ''Eu gosto de ver a pedra e depois estudo se combina com o ambiente'', conta.


Quantos às cores e acabamentos - que podem ser rústicos ou polidos - também vale mais o gosto do cliente. ''Dá até para fazer uma composição de tons e polimentos. Já foi muito usado o travertino, hoje o romano é considerado mais moderno. Mas não existe modismos nesse sentido'', explica Silmara. A única dica que a arquiteta deixa quanto aos polimentos é que, para superfícies externas, o ideal é utilizar as pedras rústicas que, por serem menos lisas, ajudam a evitar escorregões.


O gosto é importante, mas também conta muito o orçamento disponível na hora de escolher os materiais. Geralmente mais barato, o granito pode custar a partir de R$ 90 o metro quadrado. Já a mesma medida na pedra ônix - uma das mais caras - chega até E$ 500 (cerca de R$ 1,3 mil). No meio termo estão os mármores (os mais caros por até R$ 200) e os quartz-stone (em torno de E$ 200, ou R$ 520).

Simone, que também é diretora do sindicato das mamorarias, orienta o consumidor a procurar saber se a empresa escolhida, tanto para compra como para beneficiamento, é filiada ao sindicato e tem autorização de funcionamento. E alerta, grande parte das empresas são irregulares. Sobre o melhor momento de comprar as rochas ornamentais, ela defende que seja logo no início da obra. ''Todo o resto pode ser trocado, mas dificilmente se troca um piso de mármore. Ele é para toda a vida. Vale a pena investir um pouco mais'', argumenta.


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