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Moda 'GG' ganha espaço no mercado

31 jul 2009 às 11:57

A indústria da moda está despertando para o novo perfil da mulher brasileira. Bem longe dos padrões de medidas adotadas pelo mundo fashion, os holofotes estão se voltando para as mais cheinhas.

Segundo a estilista Márcia Regina Chenso Britto, proprietária da escola Modarte, que há quatro anos lançou a marca Villa Florida, especializada no tamanho maior, a moda GG ocupa o 2º lugar no ranking do mercado brasileiro, só perdendo para a moda íntima. E não é só no quesito vestuário que as gordinhas estão com tudo. Esse público conquista espaço nos catálogos das grandes marcas, editoriais de moda e nas passarelas.


Nos últimos anos, o termo ''plus size'' está ganhando conotação e revelando beldades do mundo GG. Há pouco tempo eram comuns as coleções tamanho maior estampar os catálogos sem a presença de modelos vestindo as peças. Eram apenas fotografias de roupas.


''Tomei conhecimento do termo 'plus size' há três anos ao ler uma matéria em uma revista de moda sobre o assunto. Pelo fato de me identificar e provar que o conceito de beleza é muito abstrato, procurei me informar a respeito'', conta a londrinense Munira Chinezi Tauil, 17 anos. Ela já recebeu convites de agências especializadas, de São Paulo, para participar de castings de marcas tamanho maior e depois disso ingressou em um curso de modelo e manequim.


''Antes não achávamos modelos cheinhas para desfilar, o que dificultava, porque uma roupa tamanho grande não cai bem numa magra. Ao invés de agradar as nossas clientes, poderíamos com isso desvalorizar a nossa mercadoria'', ressalta Sidália Alves Lima, que há 18 anos fundou em Londrina a loja Tamanho Maior.


De acordo com Sidália, só existiam túnicas e calças largas para os gordinhos. ''Era revoltante, porque essas pessoas entravam aqui na loja se queixando que gostavam de modelos que viam nas magrinhas'', lembra Sidália.


Sem voz, há um tempo atrás as cheinhas tinham que aderir ao traje conservador, como se todas as mulheres com esse perfil fossem senhoras. Confeccionistas ampliavam suas modelagens P e M para extra G, sem levar em conta a topografia do corpo da mulher.


Hoje o conceito em relação à vestimenta GG está passando por um processo de mudança. De acordo com a estilista Márcia Britto, ''há consciência de que existe a necessidade e ao mesmo tempo percebe-se uma mudança de mentalidade (no mercado), mas o difícil é colocar em prática. O confeccionista tem como obstáculo o medo em relação ao custo da peça que é maior que a convencional''.


Márcia ressalta que o público que consome tamanho GG tem que exigir qualidade. ''A pessoa tem que ver todos os seus desejos, anseios e estar bonita na frente do espelho'', afirma. A modelo Munira tem a mesma opinião. ''Não temos que vestir uma roupa apenas porque serviu. A peça tem que nos valorizar, ter bom caimento. Temos que opinar e exigir trajes joviais e bonitos'', repara.


Na região de Londrina surgiram algumas marcas destinadas ao tamanho grande, mas ainda é um mercado que engatinha, diferente de outros centros. ''O confeccionista, muitas vezes, não tem incentivo. É refém da falta de qualificação, não arrisca'', observa Márcia, acrescentando que as marcas devem tomar cuidado para não serem apenas mais um nome no mercado. Tem que ser um diferencial, lançar conceitos e ideias, onde o consumidor sinta-se fazendo parte do cenário.


Como compor o visual


A estilista Márcia Regina Chenso Britto, formada em artes plásticas e moda e comunicação, dá dicas sobre o visual de quem usa tamanho GG:


Roupa x silhueta


Os dois formatos de silhuetas mais comuns nos tamanhos grandes são o de maçã e o de pera. No primeiro caso, em que a barriga é a parte mais saliente, as blusas de tecidos moles, levemente folgadas e abaixo dos quadris são peças ideais, assim como os vestidos com recortes verticais. No segundo, onde os quadris são mais largos que os ombros, as blusas podem ter formatos variados com detalhes que realcem a região dos ombros. Ambas as silhuetas podem compor com calças retas básicas ou saias evasês abaixo dos joelhos.


Roupa x ambiente


Trabalho: visual discreto, com toques de luz como echarpes, lenços e peças básicas coloridas. Tudo que inspire alegria e alto astral é sempre bem-vindo na hora de trabalhar.


Prática de esportes: camisetas e regatas folgadas com calça legging em tons mais sóbrios. Como complementos, tops coloridos, polainas e tênis com detalhes.


Passeio: jeans bordado, camisete com babados, bata nos estilos folk ou indiano, vestidos longos em malharia ou seda.


Festa: suaves transparências e sobreposições enviesadas dão um toque de elegância e alta costura. Evite os drapeados pesados, lantejoulas e paetês. Caso queira uma peça inteira bordada de pedrarias, opte por miçangas e vidrilhos no sentido geométrico ou vertical.


Praia: o melhor biquíni para disfarçar os quilos extras é o que tem a lateral média e não é muito alto. O maiô ideal traz modelagem que valoriza o formato do bojo. Opte por cores atuais e que fogem do convencional, como azul marinho, bordô, verde escuro, preto e violeta.


Estamparia


Adotar sempre as listras horizontais, além dos geométricos, grafismos e abstratos, que ajudam a camuflar o formato da silhueta. O importante é encontrar o equilíbrio entre as linhas principais do corpo, para valorizá-las e não tentar escondê-las.


Como identificar se a roupa caiu bem


O mais importante é verificar se o tecido tem boa qualidade, e se os ombros, as cavas e as costuras laterais estão bem assentados ao corpo.


PECHINCHA


Descuidos


O nível de atenção e exigência do consumidor no interior dos supermercados está cada vez maior. Alguns observam até a falta de cuidados de alguns funcionários na hora de reposição das mercadorias.


Consequências


As consequências do manuseio inadequado são embalagens amassadas e latas estouradas que voltam para o depósito ou biscoitos que chegam triturados à mesa do consumidor.


Produtos em alta


Pelo menos três produtos tiveram alta de preços acima da média esta semana em Londrina: o chuchu chegou a R$ 2,50 o quilo e a batata monalisa subiu um pouco mais, ficando entre R$ 1,80 e R$ 2,00 nas feiras e supermercados; e o leite longa vida subiu entre 10 e 20%, estando agora entre R$ 1,89 e 2,48 o litro.


E a fotocópia?

A fotocópia é um item com grande diferença de preços na cidade: em um lugar, custa R$ 0,07 a unidade, em outro R$ 0,20. Pode parecer pouco, mas no caso de 100 cópias é possível economizar R$ 13,00, o suficiente para abastecer o carro com até 10 litros de álcool.


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