O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) teve deflação de 0,13% em dezembro, depois de registrar alta de 0,38% em novembro. Com o resultado, divulgado nesta segunda (29) pela Fundação Getulio Vargas (FGV), o índice – usado como balizador em reajustes de aluguel e tarifas de energia – fechou o ano com elevação de 9,81%, superior à apurada em 2007 (7,75%). A taxa deste ano foi a mais alta desde 2004, quando o índice avançou 12,41%.
De acordo com o levantamento da FGV, o resultado de dezembro foi influenciado pela variação negativa de 0,42% observada no Índice de Preços por Atacado (IPA), que na apuração anterior havia registrado taxa de 0,30%. O IPA responde por 60% da taxa global. O movimento foi puxado pelos bens finais, que tiveram deflação de 0,41%, com destaque para alimentos processados (de -0,20% para -1,11%); e pelos bens intermediários, que passaram de taxa de 0,39% para -1,07%. O principal responsável pela desaceleração do grupo foi o item materiais e componentes para a manufatura (de 0,97% para -0,89%).
Ainda no âmbito do IPA, a taxa de matérias-primas acelerou, fechando o mês de dezembro em 0,53%, depois de registrar alta de 0,42% em novembro. O movimento foi influenciado pelos preços de tomate (de 10,01% para 55,15%), suínos (de -13,18% para -1,25%) e milho (de -7,14% para -3,48%). Em sentido oposto, houve desaceleração em minério de ferro (de 11,61% para 6,24%), arroz (de -0,70% para -6,74%) e laranja (de 8,62% para -7,22%).
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), responsável por 30% do IGP-M, teve variação de 0,58% em dezembro, depois de registrar 0,52% em novembro. Cinco das sete classes de despesa componentes do índice apresentaram acréscimos em suas taxas. De acordo com o levantamento da FGV, a principal contribuição veio de transportes (de 0,09% para 0,50%). Também aceleraram os grupos saúde e cuidados pessoais (de 0,42% para 0,71%), despesas diversas (de -0,07% para 0,22%), vestuário (de 0,53% para 0,58%) e educação, leitura e recreação (de 0,34% para 0,40%). Em contrapartida, houve decréscimo em alimentação (de 0,97% para 0,82%), influenciado pelo recuo nos preços de frutas (de 4,57% para -1,95%), carnes bovinas (de 4,47% para 0,59%) e arroz e feijão (de -0,63% para -6,96%).
Terceiro e último componente do IGP-M, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), fechou dezembro em 0,22%. O resultado ficou abaixo do verificado no mês anterior (0,65%) e foi influenciado pelos preços de materiais (de 1,07% para 0,31%) e mão-de-obra (de 0,24% para 0,03%). Já os serviços apresentaram acréscimo em sua taxa de variação, passando de 0,66% para 0,75%. O INCC responde por 10% do índice global.
O IGP-M de dezembro foi calculado com base nos preços coletados entre os dias 21 de novembro e 20 de dezembro.