Escolher o brinquedo certo para a criançada é assunto sério. A primeira recomendação visa à segurança dos pequenos, e, para isso, é importante analisar muito bem aquilo que se está comprando para ter certeza de sua qualidade. A segunda, refere-se mais ao aspecto psicológico que o presente vai gerar, já que o Dia das Crianças traz para pais, avós e tios a difícil tarefa de comprar o presente desejado, driblar os altos preços que rondam os brinquedos da moda e, ainda, adquirir algo com qualidades minimamente educativas.
A Organização Não Governamental (Ong) Criança Segura enumera pelo menos três recomendações importantes na hora de comprar um brinquedo. Verificar se o produto possui certificado do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), responsável por realizar os testes que vão garantir a segurança dos itens. É preciso verificar também a faixa etária para a qual o brinquedo é indicado. Os testes de segurança variam conforme a faixa etária, e uma peça segura para uma criança de oito anos pode oferecer riscos para outra de dois anos. Deve-se verificar, também, se o produto contém peças pequenas, que podem ser engolidas e causar problemas nas vias aéreas.
Consciente de que deve-se priorizar o item segurança, vem a parte mais difícil: escolher o presente. Nessa hora, aliás, ter conhecimento de inglês parece quase indispensável, já que praticamente todos os fabricantes resolveram batizar seus produtos neste idioma. Como se todas as crianças e vendedores dominassem a língua. Nessa linha, ''mãezinha'' vira ''Litle Mommy'', e uma barbie com spray que muda a cor dos cabelos recebe o nome de ''Fashion Fever''.
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Nas listas dos baixinhos, os lançamentos anunciados pela mídia ganham a preferência. Os pais, no entanto, podem fugir dos brinquedos tradicionais e optar por uma linha de produtos educativos. ''Até os três, quatro anos, a criança ainda não escolhe o que quer, então os pais podem direcionar. O pai que cria este hábito, depois procura estendê-lo o máximo possível'', diz Fabiano Benévolo Lopes, dono da loja Titá Brinquedos Educativos, existente há 33 anos em Curitiba.
Brinquedo educativo é aquele que traz algum retorno em relação ao aprendizado, trabalhando com cores, formas, letras, além de contribuir com a coordenação motora. Normalmente, as pessoas associam a idéia a itens feitos de madeira. Eles são maioria, mas há muitas outras opções em plástico, além dos jogos de papel.
O importante, ensina Lopes, é comprar o brinquedo adequado à idade, de modo a despertar o interesse da criança. ''Já ouvi pessoas dizendo que deu um brinquedo para o filho, e ele acabou brincando mais com a caixa do que com o brinquedo. Se não respeitar a limitação da idade, isso vai acontecer mesmo'', diz. Por isso, em sua loja os produtos estão expostos por faixa de idade.
Para crianças entre um e dois anos, os presentes mais simples, segundo ele, são os que mais entretêm a meninada. Para crianças de um ano, ele recomenda brinquedos de encaixe simples e com peças grandes. Para os maiores, um ônibus com pinos coloridos de encaixe (R$ 19), ou um conjunto de potinhos coloridos para serem empilhados (R$ 26). ''Os adultos é que acham simples, mas são os que as crianças mais brincam'', afirma. A partir daí, os brinquedos vão ficando mais elaborados, sempre compatíveis com as aptidões de cada idade.
Ainda na linha dos educativos, ele sugere os fantoches, que podem ser de dedinhos ou de mão inteira; e os legos, disponíveis em versões para todas as idades. ''Para estimular a criatividade, não tem coisa melhor''. Outra opção para exercitar a lógica e o raciocínio, são os jogos. Neste campo, há desde jogos de memória e dominó, passando por clássicos como Pinote e Pula Pirata (da Estrela) até jogos de perguntas e respostas de conhecimentos gerais. ''O jogo trabalha com o raciocínio. A criança aprende a fazer troco, trabalhar com contas, enfim, tem para todas as idades''.
A dona de casa Rosângela Bueno Andrade foi com a filha Aline, 10 anos, a uma loja de brinquedos para ver as novidades. ''Estamos só olhando e depois voltaremos para comprar'', combinou a mãe. A garota entendeu o recado. ''Vi algumas coisas, mas o que mais gostei foi um jogo da memória da Moranguinho'', contou. Rosângela também vai presentear o filho de 3 anos e pretende gastar em torno de R$ 50. (*Colaborou Gisele Mendonça)
'Atrações' do momento com preços médios
Nas prateleiras, o que mais chama a atenção dos baixinhos são os produtos anunciados pela mídia, o que inclui uma incrível boneca faz-tudo, com chips espalhados pelo corpo, chamada ''Amazing Amanda'' (R$ 699), e a linha ''Little Mommy'' (mãezinha), que tem uma série de bebês, cada um em uma situação diferente, aprendendo a fazer xixi no penico, com gripe, falando as partes do corpo e que custam entre R$ 169 a R$ 450.
Ainda para as meninas, as Barbies continuam fazendo sucesso. A coqueluche do momento vêm na esteira do filme Barbie e as Três Mosqueteiras (R$ 89). Outra bastante pedida é a Barbie Fashion Fever Mechas, que tem um spray que muda a cor do cabelo (R$ 100 a R$ 130). Na linha Polly, os lançamentos são a linha aquática (R$ 90) e resort (R$ 249).
Os bonecos mais requisitados para meninos também acompanham os lançamentos dos cinemas, sendo a linha do Ben 10 a mais pedida. Há relógios entre R$ 89 a R$ 199 e bonecos entre R$ 59 a R$ 139. Os Hot Wheels também fazem parte da lista de muitos garotos. A pista ''Custom Garage'', que muda a cor dos carrinhos sai por R$ 249 a grande, R$ 99 a pequena e R$ 20 apenas o carro avulso.
Fazendo e customizando o próprio presente
Ganhar o presente é bom, mas fazer o seu próprio presente pode ser melhor ainda. Ainda mais se for brincando. É esta a filosofia da Happy Town, uma espécie de fábrica de bichos de pelúcia, que funciona em um quiosque no ParkShopping Barigui em Curitiba. Trata-se de uma franquia de uma empresa paulista, que copiou a mesma idéia do ''Build a Bear'', existente na Disneylândia.
A criança escolhe o corpinho do seu futuro mascote, o qual será personalizado de acordo com as preferências dela. A criança interage em todo processo: ela faz o enchimento com espuma, com opção de escolher se o quer mais magro ou gordo, escolhe roupas, perfumes, som da voz do bichinho e acessórios. Um detalhe é que a criança pode gravar sua própria voz como som para o bicho. Quanto às roupas, há desde camisetas até uniformes de futebol e de outros esportes, além de vários modelos de sapatos, fivelas, pantufas e acessórios.
O preço depende da quantidade de apetrechos que a criança colocar no bichinho. Completo, ou seja, com som, cheiro, roupa, sapatos e acessórios, chega a R$ 250. Só o bichinho de pelúcia sai de R$ 49 (filhote) a R$ 69. Com o mascote pronto, há ainda uma brincadeira que vai simbolizar o nascimento do bichinho, que passa pelo primeiro banho, tem o peso e medida registrados e ganha certidão de nascimento, carteira de vacina e RG.