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Embalagens devem advertir sobre preparo do ovo

Gisele Mendonça
24 jun 2009 às 18:20

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‘Como já sei dos cuidados adequados, meus hábitos em relação ao consumo de ovos não vai mudar. Como só bem frito ou cozido’ - Edinho Irizawa/Equipe Folha
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O que a maioria dos consumidores já sabe, agora é lei. As embalagens de ovos deverão trazer advertências sobre consumo e preparo do produto, segundo norma da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovada na semana passada. Além do prazo de validade, as embalagens devem trazer duas recomendações: ‘O consumo deste alimento cru ou mal cozido pode causar danos à saúde’ e ‘Manter os ovos preferencialmente refrigerados’.

As empresas terão seis meses para se adaptar às novas regras. A Anvisa baseia sua decisão em um estudo do Ministério da Saúde que aponta o ovo como principal alimento envolvido em surtos de doenças transmitidas por alimentos no país se considerado como agente causador a salmonela. O estudo mostra que, entre 1999 e 2007, o consumo de ovos crus ou mal cozidos foi responsável por 22,6% dos 5.699 casos desse tipo de doença notificados ao Ministério da Saúde.

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A diretora da Anvisa, Maria Cecília Brito, justifica, por meio da assessoria de imprensa da entidade, que o objetivo da medida é ‘alertar a população sobre procedimentos que podem ajudar a evitar a transmissão da salmonella pelo ovo. Essa bactéria é muito comum na casca e no interior deste alimento cru e pode causar infecções alimentares’.

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Ainda conforme a assessoria, Maria Cecília afirma que as novas normas não deverão provocar uma redução no consumo do produto. ‘O ovo é um alimento muito importante do ponto de vista nutricional, não é preciso diminuir o consumo do alimento, apenas alguns cuidados devem ser tomados’, esclarece.

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Os proprietários de granjas, porém, estão preocupados. ‘Vemos um pouco de exagero nesta exigência (da Anvisa). Os casos de infecção alimentar por meio da ingestão de ovo têm um percentual muito baixo. A maioria é por falta de higiene de quem manipula os alimentos. Além disso, mais de 50% dos casos de intoxicação alimentar são causados por vírus e não por salmonella’, afirma o veterinário Américo Sazaka, que trabalha para várias granjas do Estado. Ele diz, por exemplo, que o manipulador do alimento pode trazer a salmonella ‘debaixo da unha’.


Segundo Sazaka, o setor teme uma queda no consumo, levando em conta que as inscrições na embalagem podem assustar quem tem o hábito de comprar ovo. ‘Dá margem para que o ovo apareça como culpado por todos os casos de intoxicação alimentar. E isso não é verdade’, diz o veterinário. Ele destaca que a inspeção sanitária nas granjas é rigorosa. ‘O pintinho que chega (na granja) já vem com análise de salmonella negativa’, reforça.

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O veterinário adianta que o setor avícola pretende se mobilizar para questionar a exigência da Anvisa junto ao governo. A reportagem tentou, mas não conseguiu localizar representantes da Associação de Avicultura do Paraná (Avipar) para dar entrevista sobre o assunto.


'Agindo corretamente, não é preciso temer a salmonela'

A salmonela é uma bactéria encontrada principalmente em alimentos de origem animal, como ovos, leite e carnes. A infecção alimentar causada por esta bactéria é a salmonelose, cujos sintomas comuns são dores abdominais, diarréia, calafrios, náusea e vômito. Estudo do Ministério da Saúde mostra que as residências são os locais com maior ocorrência de surtos de salmonelose, com 48,5% do total, seguidas de restaurantes (18,8%) e escolas (11,6%).

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Segundo a nutricionista Dâmaris Cortez, da Unifil (Centro Universitário Filadélfia), se os ovos forem acondicionados e preparados de forma correta não é preciso temer a salmonela. Ela alerta que a preocupação não deve ser só com os ovos. ''Todo alimento que deveria ser submetido à cocção e não passa por este processo corretamente, oferece risco'', diz ela, citando principalmente as carnes mal passadas.


Na observação da nutricionista, a exigência da Anvisa para que as embalagens de ovos tragam recomendações sobre uso e conservação do produto, beneficia o consumidor. ''Só vem alertar as pessoas; ninguém precisa diminuir o consumo de ovos por causa disso'', diz.

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Conforme Dâmaris, o consumidor deve tomar cuidado na hora de comprar ovos, verificando a procedência e o selo de inspeção sanitária. Ela destaca que é necessário verificar se os ovos estão íntegros, pois qualquer trincado pode facilitar a contaminação.


A nutricionista recomenda que os ovos sejam guardados no interior da geladeira (fora da caixinha) em algum recipiente tampado. Na porta do refrigerador, o produto não será conservado na temperatura adequada. Outro alerta é não lavar o ovo quando chega do supermercado. ''Esse hábito não é adequado, porque retira a camada protetora existente na casca, facilitando a contaminação do alimento. É possível, sim, lavar o ovo, só que na hora de consumir'', diz Dâmaris.

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Quanto ao preparo, a nutricionista observa que o ovo deve ser submetido à temperatura de 100 graus por pelo menos dez minutos. Em relação à conservação, ela diz que o produto, se acondicionado corretamente, pode ficar em geladeira até 45 dias a partir da data de produção.


Como acondicionar e consumir

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- Acondicionar os ovos no interior da geladeira em um recipiente tampado. Não deixar na própria embalagem, nem na porta da geladeira.


- Sob refrigeração adequada, os ovos podem ser consumidos em até 45 dias a partir da data de produção.


- Para ser consumido, o ovo deve ser submetido à temperatura de 100 graus durante, pelo menos, 10 minutos.


- Na hora de comprar, escolha ovos inteiros, que não estejam trincados e que tenham a superfície porosa.


Dicas para evitar salmonelose


- Lavar bem os utensílios e as mãos depois de manipular carne de aves e ovos crus.


- Cozinhar bem os alimentos.


- Evitar consumo de produtos preparados com ovos crus (exemplos: maionese caseira, gemada).


- Não utilizar os mesmos utensílios para preparar alimentos crus e cozidos.


- Guardar na geladeira os alimentos preparados no fogão, mesmo que ainda estejam quentes.


- Proteger os alimentos do contato com animais como aves, insetos e roedores, que podem transmitir a bactéria.

Fontes: Anvisa e nutricionista Dâmaris Cortez


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