Existem mais de 5 milhões de diabéticos no Brasil e as estimativas apontam que até 2025 serão 11,6 milhões. Voltado para este público e também para quem faz controle de peso, o mercado de alimentos dietéticos avança. Hoje, os grandes supermercados têm seções específicas, onde é possível encontrar quase tudo o que se deseja comer nas versões diet e light. Os diabéticos, porém, precisam ter cuidado na hora de interpretar os rótulos.
O alerta vem da nutricionista Ilídia Martelli Takahashi, que trabalha com grupo de diabéticos no Hospital das Clínicas em Londrina. Ela acompanhou a reportagem da FOLHA na visita a um supermercado, juntamente com o supervisor comercial José Henrique Martins Delfim, 23 anos, diabético desde os 11.
Primeiro é preciso saber a diferença entre light e diet. ''As pessoas confundem muito. O produto diet é aquele que não tem acréscimo de açúcar. Já o light tem apenas redução de algum tipo de ingrediente, que pode ser açúcar, carboidrato, gordura, proteína'', esclarece Ilídia. Para receber o rótulo de light, ela diz que o alimento tem que ter, no mínimo, redução de 25% na quantidade de algum desses componentes.
Leia mais:
Prefeitura quer beneficiar contribuintes em dia no IPTU com descontos progressivos
Associação de Voluntários do HU promove bazar beneficente
Shopping de Londrina fará liquidação fora de época com descontos de até 70%
Bazar em Cambé venderá roupas a partir de R$ 2
A nutricionista orienta que o consumidor deve adquirir o hábito de ler o rótulo antes de comprar, embora nem sempre seja fácil enxergar as letras. ''Essa é uma reclamação frequente dos diabéticos. As letras têm tamanho micro'', observa. A leitura é importante porque alguns produtos diet podem ser bem mais calóricos que os convencionais. Alguns exemplos são os chocolates em barra ou os achocolatados, que trazem teor elevado de gordura para apresentar consistência.
Outra dúvida é quando o produto é tido como diet, mas o rótulo diz que contém açúcar, a exemplo de um doce de leite encontrado pela reportagem no supermercado. O diabético pode comer? ''Sim, pois neste caso o açúcar é natural do leite'', diz Ilídia. O mesmo acontece com as geléias diet, que trazem frutose (açúcar natural da fruta).
A nutricionista esclarece ainda que, em geral, quando o produto traz as inscrições light e diet é porque, além da retirada do açúcar, houve também redução de gordura. Ilídia lembra que as bolachas recheadas diet eram muito criticadas pelos consumidores no passado, pela alta quantidade de gordura hidrogenada. Hoje, os fabricantes estão melhorando este produto, que aparece muitas vezes na versão light/diet. Outros alimentos que trazem com frequência as duas versões são os iogurtes e as bebidas lácteas.
Apesar das opções terem aumentado nas gôndolas, o preço dos alimentos diet/light ainda é alto em relação aos convencionais. ''Os pacientes com diabetes reclamam bastante dos valores'', conta Ilídia. Mas essa diferença já vem diminuindo em alguns segmentos. Nos iogurtes, por exemplo, os preços são praticamente iguais.
PECHINCHA
Minidicionários
Em tempo de mudanças nas regras ortográficas, minidicionários da língua portuguesa atualizados conforme o novo acordo tornam-se itens necessários para carregar na bolsa, na pasta ou mesmo no bolso. Há versões em capa dura, que podem custar em média R$ 26, e em brochura, que saem um pouco mais barato. As publicações trazem mais de 46 mil verbetes, incluindo termos de anatomia, artes, ecologia, economia, informática e medicina.
Hortaliças mais caras
Com a continuidade das chuvas no Estado, o consumidor está pagando mais caro pelas hortaliças, já que a produção permanece comprometida. O preço de algumas folhosas está até 100% mais alto. Nesta época, é comum achar alface por quase R$ 3. Segundo um representante da Associação Norte Paranaense de Horticultores (Apronor) ouvido pela FOLHA ontem, são necessários vários dias de estiagem para a situação se normalizar. Além do preço salgado, o consumidor vai encontrar também hortaliças com menor qualidade devido às chuvas.
Light, diet ou zero? Os rótulos de refrigerantes geram grande confusão entre os consumidores. Segundo a nutricionista Ilídia Martelli Takahashi, neste caso, as três versões significam a mesma coisa. O que diferencia é o tipo de adoçante utilizado. ‘O conceito de light seria a redução de calorias e o de diet o não acréscimo de açúcar, mas entre os refrigerantes, os fabricantes nivelam tudo. Fica realmente muito confuso’, diz.
No caso das opções ‘zero’, a diferença é que, pelo adoçante utilizado, o sabor fica mais próximo ao dos refrigrantes convencionais. Ilídia alerta para o consumo dos refrigerantes à base de frutas, que mesmo na versão dietética têm calorias por causa do açúcar da fruta.
Quanto aos tipos de adoçantes existentes no mercado, a nutricionista afirma que as principais diferenças entre eles estão na combinação dos edulcorantes (ex: ciclamato de sódio, sacarina sódica, stévia) e no sabor. As opções mais indicadas, segundo Ilídia, são os multiadoçantes.
‘Existem estudos que apontam efeitos nocivos de alguns componentes dos adoçantes à saúde. Para evitar que isso ocorra, o ideal é usar o multiadoçante (que traz no rótulo uma associação de componentes). Assim, não vai haver o acúmulo de apenas uma substância no organismo’, aponta.
De forma geral, entretanto, é preciso ter cuidado com a quantidade de produtos dietéticos ingerida. ‘As pessoas não podem sair consumindo esses alimentos o dia inteiro só porque são diet ou light. Existe uma quantidade diária máxima permitida, baseada na constituição física de cada pessoa’, esclarece Ilídia.
Supervisor encontra o que deseja comer na versão dietética
O supervisor comercial José Henrique Martins Delfim, 23 anos, tornou-se diabético aos 11, no final dos anos 1990, e sofreu com a falta de opções de produtos dietéticos na época. ‘Foi terrível. Pensei: ‘nunca mais vou poder comer doce!’. Era difícil achar achocolatado ou chocolate diet. Então, muitas vezes, optava por comer doce normal, sempre fazendo o controle da glicemia’, conta.
Hoje, José Henrique diz que não vê problemas para encontrar nos supermercados qualquer coisa que deseja comer. Ele faz seis refeições por dia e nunca exagera. ‘Sempre gostei muito de doce e hoje não vejo diferença entre o sabor dos alimentos dietéticos e o dos convencionais. O chocolate (em barra) diet, por exemplo, é uma delícia, parece ser até mais doce que os normais’, diz.
O supervisor também costuma comprar as versões diet de doce de leite, paçoquinha, bolachas, achocolatado, iogurte, refrigerantes, entre outros. Ele mora com a família, mas tem o hábito de fazer as suas compras separadas. Por conta do preço elevado dos dietéticos, acaba gastanto um pouco mais, mas compensa não exagerando nas quantidades.
O que é diabetes?
O diabetes é uma alteração no funcionamento do organismo, que provoca altas concentrações de açúcar no sangue. O problema pode ter causas variadas e é resultante da incapacidade do corpo de produzir a insulina ou de utilizá-la corretamente. A insulina é uma substância produzida pelo pâncreas exatamente para controlar os níveis de açúcar no sangue. O diabetes é considerado um problema metabólico grave, que, sem controle adequado, pode trazer danos, a longo prazo, para diversos órgãos. Os principais sintomas da doença são sede intensa, grande quantidade de urina em cada micção, perda de peso, fraqueza e desânimo.