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Como escolher um animal de estimação

Maria Luisa Hoffmann Especial para a FOLHA
08 jul 2010 às 12:25

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- Edinho Irizawa - Equipe Folha
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Cada vez mais, os animais de estimação estão presentes nos lares brasileiros. Em 2007, 43% dos domicílios do país tinham cachorros ou gatos, de acordo com a pesquisa Ibope - Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística. A projeção da Associação Nacional dos Fabricantes de Alimentos para Animais de Estimação (Anfal Pet) para 2010 é que os lares possuam 33 milhões de cachorros, 17 milhões de gatos e 28 milhões de outros animais.

Segundo o veterinário Rodrigo Reis, a escolha do animal de estimação está diretamente relacionada ao espaço que será disponibilizado para ele. Para apartamentos, são indicados animais de pequeno porte. Já em casas, é possível ter os de porte maior. ''Não indicamos para pet animais retirados da natureza, como, por exemplo, aves silvestres capturadas. Caso o proprietário opte por uma dessas aves, como um papagaio, o indicado é a procura por criatórios credenciados pelo Ibama'', complementa.

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Já a médica veterinária Carmem Lúcia Hislt, explica que apesar de existirem criadouros legalizados, a aquisição das espécies da fauna brasileira estimula criadores ilegais ou mesmo o comércio ilegal. ''Também não são indicados animais que podem se tornar agressivos quando atingem a puberdade ou a idade adulta, o que é comum acontecer com iguanas, e animais que precisam de mais espaço quando se tornam adultos''.

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Para pets, a veterinária acredita que é melhor optar por animais que podem ter maior contato e interagem com o proprietário. São eles cães, gatos, ferrets, porquinhos da índia (cobaia), mini-pig, calopsita, periquitos australianos, agapornis, tartarugas (tigre d'água), coelhos, hamster, ratos, esquilos da Mongólia, iguanas e chinchilas.

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''O problema não é adaptação à casa ou ao apartamento, e sim à vida dos proprietários. Um hamster, que normalmente é adquirido pelos pais para uma criança, tem hábitos noturnos. Ou seja, exatamente no horário que eles poderiam interagir, a criança estará dormindo'', explica Carmem Lúcia.


Raças de cachorros como pinscher ou poodle toy não devem ser adquiridas por crianças muito pequenas, porque possuem patas muito delicadas e qualquer queda pode levar a fraturas. ''Crianças gostam de interação e determinados pets como peixes acabam frustrando suas expectativas'', enfatiza Rodrigo Reis. Cães com temperamento agressivo ou mal humorados também devem ser evitados.

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Já a tartaruga de aquário, chamada de tigre d'água, ao crescer e tornar-se adulta, quer sair para a terra esporadicamente, o que pode se tornar um problema dentro de um apartamento. Por isso, o tempo de vida do animal é outro fator que deve ser considerado na hora da compra. ''As pessoas devem saber que o animal escolhido pode chegar a 20 anos de idade, necessitando ainda mais cuidados quando chegam a terceira idade'', explica Rodrigo Reis.


Os ruídos feitos pelo animal também vão determinar o local adequado para sua permanência. A proprietária de pet shop Cinthia Lima explica que aves como calopsitas são mais indicadas para casas, pois fazem mais barulho. Ainda sim, essa espécie e as diferentes raças de cachorros, são os animais mais vendidos atualmente em sua loja.

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Antes de comprar, a dica é conhecer a espécie


A veterinária Carmem Lúcia Hislt alerta que, na hora da compra do bicho de estimação, o consumidor deve conhecer a espécie que pretende adquirir. ''Paixões à primeira vista podem ser problemáticas depois que esse proprietário obtiver o real conhecimento sobre o comportamento da espécie ou raça, e isso pode significar um abandono do animal dentro de casa''.

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Ela explica ainda que, além do conhecimento sobre a espécie, o futuro dono deve saber suas reais necessidades de espaço e alimentação, seus períodos de reprodução, mudanças de hábitos em período de inverno ou verão, mudança de dieta na idade senil, problemas de saúde que a espécie pode vir a desenvolver, e, o que é mais importante: saber quais são as possíveis doenças que ele pode transmitir (zoonoses) e o que deve se feito para evitá-las, para não colocar em risco a saúde dos membros da família. ''Sempre antes de comprar ou adotar um pet,o consumidor deve informar-se com um médico veterinário especializado no atendimento da espécie que está sendo adquirida'', enfatiza a veterinária.


Já o veterinário Rodrigo Reis recomenda que, nos primeiros anos de vida, as visitas aos veterinários sejam anuais, e a partir dos seis anos, o ideal é que o animal vá ao consultório semestralmente. ''Além disso, antes de ir para a casa dos futuros donos, os animais devem ser imunizados contra as principais doenças'', complementa.

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A enfermeira Fernanda Donadio Pitta ganhou seu maltês, batizado como Léo, de presente de aniversário de seu noivo. Na hora da compra, ela verificou o pedigree e concluiu as vacinas que ainda faltavam. ''Moramos em apartamento e sempre líamos livros e dicas para ensinar cachorros e treiná-los, por exemplo, a fazer xixi no local correto''.


Cada pet, assim como cada espécie ou raça, precisa de cuidados específicos. Cinthia Lima, proprietária de pet shop afirma que muitas vezes, os clientes compram animais menores acreditando que eles darão menos trabalho. ''A bagunça de um cachorro é aparente, já a bagunça de um hamster não. Mas todos os animais exigem uma série de cuidados. A palha na gaiola do hamster, por exemplo, deve ser trocada, ele deve ser lavado, o local onde fica deve ser higienizado devidamente. No caso do furão, também existem cuidados específicos de higiene, vacinação''.

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O preço de um cachorro ou de um gato, dependendo da raça, pode variar entre R$ 200 e R$ 2 mil. Já animais menores como pássaros, peixes e tartarugas podem variar de R$ 5 a R$ 250.



Além de atenção, bichos demandam gastos


Assim como cresce o número de famílias que resolvem adotar um pet, aumentam também os gastos de seus donos. De acordo com a Anfal Pet, em 2003, 40% dos animais domésticos consumiam alimento industrializado. Já em 2008, esse percentual subiu para 47%. Além da alimentação, os gastos envolvem banhos, tosas, vacinas, medicamentos, roupas e até sapatos.


A enfermeira Fernanda Donadio Pitta leva Léo, seu maltês de dois anos, toda semana ao pet shop. ''Ele toma banho toda semana, já tem horário fixo. Gasto mais ou menos R$ 50 por mês com banho e tosa''. Além disso, ela compra ração, biscoitos e ossinhos para Léo. ''Comprei roupinhas apenas no inverno, e brinquedinhos no começo, então ele já tem bastante. Resumindo, devo gastar por mês, mais ou menos R$ 110. Com exceção quando ele fica doente ou quando é preciso dar vermífugos''.


Os gastos, alguns considerados supérfluos, estão associados à mudança do papel do animal de estimação na sociedade. Muitos donos consideram o pet como um membro da família, e geralmente, quem tem melhores condições financeiras, costuma gastar mais com os animais. ''É impressionante como nos apaixonamos por esses bichinhos, eles são extremamente carinhosos e companheiros, alegram o nosso ambiente. O Léo já faz parte da família'', comenta Fernanda.

Em pet shops é possível encontrar atualmente roupas estilizadas ou de grifes, tinturas para fazer mechas, gargantilhas com brilho e casinhas mais elaboradas. Além disso, alguns deles oferecem sessões de hidroginástica, ofurô, itens de estética e até terapia para os bichanos. Até mesmo quem não pretende pagar por esses luxos, terá um gasto mínimo todo mês, dependendo do tamanho e da raça do animal. Dados da Anfal Pet indicam que um cachorro pode gerar uma despesa média mensal de R$ 300, incluindo banhos, tosas e ração.


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