Aproximadamente 700 crianças morrem por ano vítimas de sufocamento no Brasil. Outras 73 mil são hospitalizadas por sofrerem quedas. Esses dois tipos de acidentes estão diretamente ligados aos brinquedos utilizados. Com a proximidade do Natal, os cuidados devem ser redobrados na hora de escolher os presentes adequados.
Segundo dados divulgados pela Ong Criança Segura, organização dedicada à promoção da prevenção de acidentes com crianças de 0 a 14 anos, diversos brinquedos podem causar lesões graves e representar perigo nas mãos dos pequenos. Para isso, alguns cuidados especiais são fundamentais. Um deles é prestar atenção na classificação indicativa de idade em cada produto.
''Respeitar a faixa etária é muito importante. Crianças pequenas até dois anos costumam levar tudo para a boca, pois é a fase oral. Portanto, brinquedos com peças pequenas representam risco de engasgamento'', explica a coordenadora de mobilização da Ong, Jaqueline Magalhães. Segundo o Ministério da Saúde, em 2007, 701 crianças morreram vítimas de sufocamento. No caso de bebês com até 1 ano, esta é a principal causa de morte em comparação aos outros tipos de acidentes.
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Optar por brinquedos que possuam o Selo do Inmetro também contribui para evitar problemas. A certificação significa que o produto passou por um teste para verificar possíveis problemas. Jaqueline lembra da importância de optar por brinquedos de marcas conhecidas, para evitar possíveis falsificações na reprodução do selo.
A administradora Ana Paula Zilio Assunção tem dois filhos: Thiago, 5 anos, e Júlia, 2. Os cuidados em casa são dobrados por conta da existência de diferentes brinquedos para cada um deles. O mais velho está na fase de gostar de peças para montar. Mas alguns dos objetos são pequenos. Por isso, a mãe guarda o material em potes de plástico com tampa. Isso evita que Júlia coloque os objetos na boca e corra o risco de engolir. Outro cuidado que Ana Paula segue é verificar da procedência dos brinquedos. ''Evito os que não são originais. Além disso, sempre fico por perto quando eles estão brincando. Assim é possível observar se ocorre algum problema'', explica.
Os mesmos cuidados são praticados pela administradora Francis Feletto. Ela analisa a marca do fabricante e a idade da qual o brinquedo é indicado antes de comprar algo para o filho Leonardo, 5. Quando o pequeno ganhou uma bicicleta, o presente veio acompanhado de equipamentos de segurança, como o capacete. Diversas crianças se machucam, com graves lesões na cabeça, enquanto usam aparelhos de movimento, como bicicleta, patins, patinete e skate. ''Por conta dos cuidados que utilizamos, o Leonardo nunca se machucou dessa forma'', explica Francis. A mãe já jogou brinquedo no lixo após verificar que alguma peça havia quebrado e representava risco para a segurança do filho.
A queda é a principal causa de hospitalização entre os acidentes com crianças de até 14 anos. Segundo o Ministério da Saúde, em 2007, 73.455 crianças foram internadas vítimas de quedas. Bicicletas, skates e patins devem ser oferecidos à criança acompanhados dos equipamentos de segurança como capacete, joelheiras e cotoveleiras. O local da brincadeira deve ser escolhido com cautela: longe de carros, piscinas e escadas.
De olho na origem do produto
A coordenadora da Ong Criança Segura Jaqueline Magalhães explica que prestar atenção na procedência do brinquedo é fundamental para evitar casos de intoxicação com substâncias na tinta ou no plástico do produto. ''Se a criança passar por algum problema e algum dos pais ter noções de primeiros socorros, é indicado prestar o primeiro atendimento. Mas é fundamental entrar em contato com o serviço de emergência, que poderá indicar o que fazer até os atendentes chegarem. É importante ter os telefones de emergência em fácil acesso'', aconselha Jaqueline.
Os pais também devem evitar produtos com elementos de aquecimento, como baterias e tomadas elétricas para crianças com menos de 8 anos, pois podem causar queimaduras.
Os acidentes representam a principal causa de morte de crianças de 1 a 14 anos no Brasil. Os brinquedos oferecem diversão e contribuem para o aprendizado da criança, desde que não haja risco para a saúde.
Recentemente, a Ong Criança Segura lançou uma campanha para evitar o sufocamento no ambiente doméstico, que pode ser acessada no site www.crianca-segura.ning.com/page/campanhas-2010.