As roupas de inverno vão chegar até 20% mais caras para o consumidor. A alta do dólar encareceu o preço das peças importadas ou das que usam matéria-prima importada. O presidente do Sindicato da Indústria do Vestuário de Curitiba e Região (Sindivest), Ardisson Akel, disse que uma parte da variação do dólar foi absorvida pelas importadoras. Ele lembrou que a moeda americana passou da casa de R$ 1,60 para R$ 2,40, o que significa uma elevação de 50%.
Akel afirmou que ainda há algum estoque de matéria-prima importada quando o dólar estava em um patamar menor. Para o consumidor, o produto importado vai estar 20% mais caro e o que utiliza matérias-primas importadas 10%. Já as peças nacionais devem estar 5% a 6% mais caras por conta da inflação.
A coleção de outono/inverno já começou a chegar nas lojas e vira atração nas vitrines a partir de meados de março. Akel lembrou que os importados já estão no Brasil porque são encomendados com muita antecedência. Ele acredita que o aumento dos importados vai incentivar o consumo do produto nacional.
Neste ano, as tendências de cores são os tons terrosos, preto, cinza, grafite, chumbo, uva – que pode ir do violeta ao roxo –, além do preto com branco que é um clássico e nunca sai da moda. O estilo romântico continua em alta com blusas com babados.
A tendência da moda inverno vai ser bem democrática e vai desde o romantismo até o drama que seria uma espécie de gótico, segundo a personal stylist e instrutora do Senac, Alessandra Olsen. O drama traz tons escuros como cinza, preto, laranja e vermelho queimado. As peças românticas terão muitos babados, tons pastéis, estampas de flores e rendas.
Também voltam a ser usadas as calças de cintura alta normal e as largas com cós baixo. A calça saruel vem larga com gancho baixo. Outra peça que será bem explorada é o macacão inteiro. A parka bem estruturada estará presente na coleção.
As antigas ombreiras voltam neste inverno. Os bolsos também terão volume neste ano. Os cintos serão mais finos. As inspirações da coleção serão baseadas em filmes e obras de arte e mesclas de religiosidade com o uso de santos nas blusas. Voltam os motivos geométricos pequenos.
Outra tendência são os tecidos tecnológicos que valorizam o design e melhoram o movimento. Alguns deles não deixam a pessoa transpirar e outros lembram tecidos molhados.
O uva e os tons de roxo presentes nos principais centros de moda do inverno europeu estarão nas vitrines brasileiras. Outros tons muito usados serão o verde, o marrom além do xadrez no estilo da embalagem do perfume Burberry London.
Os acessórios vão trazer golas de blusas avulsas, franjas, botas cowboy estilizadas, lenços paquistaneses, lenços normais, maxi colares usados com cachecóis.
A maioria das clientes de Alessandra reclama que ‘não tem nada no guarda-roupa’. Ela disse que o problema é que muitas pessoas não sabem combinar as peças. ‘Não tente usar uma peça da moda se você não tem estilo para aquilo. O problema é a moda não cair bem em você’, alertou.
A personal recomenda o uso de uma calça afunilada com uma blusa larga. Outra orientação é usar sobretons com tons neutros e caprichar nos acessórios. Assim, a pessoa não corre o risco de errar. Segundo ela, a sobreposição de peças vem com tudo. A meia-calça será usada com xadrez e tons geométricos. Junto com o xadrez devem ser combinadas peças com tons neutros.
Outra dica para aproveitar aquilo que já está no guarda-roupa é customizar as peças, ou seja, modificá-las. Uma jaqueta, por exemplo, pode ser tingida ou ter a colocação de renda.
O jeans continua como coringa da estação com diversas lavagens. Para os homens será usada muita alfaiataria e casacos retos.
Cada consumidor tem uma forma de renovar o guarda-roupa. A estudante Jéssica Cuba, gosta de esperar as promoções para comprar. ‘Não uso muita coisa colorida’, disse. Ela procura combinar blusas estampadas com calças lisas. O sapato combina com a blusa ou a calça. Antes de comprar uma blusa, ela pensa para ver se tem um sapato ou calça que combine.
‘Procuro usar o que já tenho no guarda-roupa com uma peça que combine’, disse a empresária e modelo, Cláudia Braga. Ela costuma combinar uma bolsa, um anel bonito ou bijuteria para valorizar peças mais básicas. ‘Uma saia pode virar um vestido’, disse. Para ela, a pessoa precisa ter estilo para fazer a diferença, usar a criatividade e ter peças-chave’, sugeriu.