O Natal já chegou para a indústria e o comércio, mesmo faltando três meses para a comemoração da festa oficialmente. A produção industrial começou em julho e vai até outubro e as lojas já exibem decoração natalina e, em alguns supermercados é possível encontrar panetones.
A boa notícia é que a ceia das famílias deve ficar com preços estáveis em relação ao ano passado. Por conta da cotação mais baixa do dólar, os importados virão mais baratos em relação à mesma data de 2009.
A produção das indústrias do Paraná para o Natal deve ter um crescimento de 20% e os supermercados estimam vendas de 9% a 10% maiores. O que está alavancando o setor industrial são o aumento da renda e a expansão do crédito. O último dado disponível sobre emprego industrial mostra que o desempenho das vagas de emprego aponta crescimento. ''Voltamos a contratar no patamar antes da crise'', disse o economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Cid Cordeiro. Em julho deste ano, a indústria do Paraná contratou 3.667 pessoas, número quase igual a julho de 2008 quando foram criadas 3.601 vagas. A produção já teve um crescimento de 18% sobre julho de 2009.
Em setembro do ano passado, o dólar estava no patamar de R$ 1,82 e hoje a cotação é de R$ 1,72 (5,5% menor) e ainda com tendência de queda. Por este motivo, os importados devem chegar um pouco mais baratos e concorrer com os preços do mercado interno. Cordeiro acredita que, no geral, os itens de Natal cheguem mais baratos para o consumidor, o que deve atingir também os eletroeletrônicos.
As aves natalinas como chester e peru começaram a ser produzidas a partir de julho. Já as aves especiais, com peso acima de três quilos, são produzidas no Estado a partir de outubro. Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias Avícolas do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins, devem ser produzidas entre 300 a 400 toneladas de aves especiais por 12 empresas do Estado, volume equivalente ao do ano passado.
A ideia é oferecer um valor bem competitivo para o consumidor final em relação ao chester e ao peru - menos de R$ 4,00 o quilo. Os preços devem sofrer, no máximo, o repasse da inflação do período mas, segundo Martins, o mercado é que vai regular isso. Segundo ele, os insumos que mais tiveram acréscimo foram a soja e derivados e o milho.
Ceia não deve pesar no bolso do consumidor
O setor de supermercados começou o segundo semestre com uma expectativa melhor do que os primeiros seis meses do ano. O que mais deve pesar para um Natal com aumento de vendas de até 10% é a elevação da renda, o reajuste do salário mínimo e as eleições, além do crédito farto.
O superintendente da Associação Paranaense de Supermercados (Apras), Valmor Rovaris, acredita que os importados virão com preços bem competitivos. Ele destacou que o valor dos alimentos vem caindo ao longo do ano e, no final do ano, não devem trazer grande impacto para o bolso do consumidor. ''Será um Natal com preços estáveis'', prevê. Segundo ele, o maior volume de produtos natalinos deve chegar às lojas a partir do início de novembro.
Decoração
A loja Santa Claus oferece produtos de decoração natalina desde o dia 4 de setembro. O proprietário Maurício Marchioro conta que os produtos chegaram com preços semelhantes aos do ano passado e alguns itens estão até mais baratos. Os importados chegaram até 5% mais em conta. A previsão dele é de um aumento de 10% a 15% nas vendas.
Neste ano, as novidades serão o uso de cores como lilás e rosa em árvores natalinas. A loja oferece desde papel higiênico decorativo sobre o tema (R$ 18,50 a unidade) até árvores com cinco metros de altura. Tem ainda o serviço de decoração que custa de R$ 80 a R$ 500, dependendo do tamanho da árvore. O valor destas peças para compra varia de R$ 18,50 (as menores) até R$ 3 mil (a de 5 metros). Os jogos de iluminação custam a partir de R$ 9,80.
O Sam's Club, clube de compras do Walmart, já oferece produtos de Natal como decoração e brinquedos desde a segunda semana de agosto. Uma das novidades é a árvore natalina com fibra ótica e luz led. A expectativa é de um aumento de vendas de 20% em relação ao mesmo período do ano passado. Os alimentos devem estar disponíveis depois da segunda quinzena de outubro.