As despesas com as compras de produtos alimentícios típicos desta época do ano deverão pesar um pouco mais no bolso do consumidor em 2008. Segundo pesquisa realizada pelo economista Flávio Oliveira dos Santos, a cesta com 26 itens que normalmente entram na lista das receitas das festas de final de ano sofreu um reajuste de 10,72%, em comparação com o mesmo período de 2007, e saltou de R$ 188,27 para R$ 208,46. O levantamento foi realizado na primeira semana de dezembro, em quatro supermercados de Londrina.
O aumento que mais surpreendeu foi o da lentilha. O alimento que, para muitos, não pode faltar na ceia do Ano Novo subiu 50,61% e passou, em média, de R$ 2,45, o pacote de 500 gramas, em dezembro do ano passado, para R$ 3,69, este mês. Na opinião de Santos, a alta não se justifica porque apesar da lentilha ser da família do feijão, cujo preço este ano sofreu fortes reajustes, nos últimos dois meses a situação ficou mais equilibrada com algumas quedas nos preços deste produto.
Outro item cuja alta surpreendeu foi o Chester. O produto passou de R$ 6,48, o quilo, para R$ 8,95, de um ano para o outro, registrando uma alta de 38,12%. Conforme o economista, além do Chester, outras carnes mais ‘elaboradas’ também ficaram mais caras para o consumidor. Ele acredita que seja uma alta comum para esse período, pois a demanda por esses produtos é maior. O Tender, por exemplo, que custava R$ 18,90, o quilo, em dezembro de 2007, subiu para R$ 24,90. O reajuste foi de 29,58%.
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Já o pernil de porco registrou alta de 22,53%, passando de R$ 7,99, o quilo, para R$ 9,79. O pernil de cordeiro sofreu acréscimo de 7,12% e os preços mudaram de R$ 13,90, o quilo, para R$ 14,89. Da linha de carnes especiais, o peru foi a que teve a menor alta: 1,19%. O consumidor que pagou R$ 8,39, em média, o quilo do alimento, agora vai ter que desembolsar R$ 8,49.
Por outro lado, algumas bebidas mantiveram os mesmos preços ou até tiveram uma leve queda. O vinho de uma marca intermediária foi encontrado pelo mesmo preço do ano passado: R$ 14,90, a garrafa. O vinho de uma linha mais popular sofreu um pequeno decréscimo e passou de R$ 10,90 para R$ 9,90. O preço da cerveja em lata caiu de R$ 1,09 para R$ 0,99, em média. A garrafa de espumante, de uma marca tradicional, passou de R$ 4,29 para R$ 4,38, registrando um acréscimo de 2,10%. A garrafa de dois litros de refrigerante também teve um leve reajuste e subiu de R$ 2,61 para R$ 2,85.
Segundo Santos, o valor total do kit com 26 produtos só não teve um reajuste ainda maior porque alguns produtos, entre os já citados, mantiveram os preços ou sofreram um acréscimo muito pequeno. ‘Não fosse isso, o consumidor teria que desembolsar bem mais’, salientou o economista. Alguns itens de mercearia também ficaram mais baratos: o leite condensado passou, em média, de R$ 2,59 (395 g) para R$ 2,25 (-13,13%) e o sorvete (2 litros) caiu 14,97%, passando de R$ 12,69 para R$ 10,79.
Os valores apresentados no levantamento registram a média dos preços entre os quatro supermercados pesquisados. Os produtos consultados seguiram a mesma marca dos itens pesquisados em dezembro de 2007.
Consumidores apostam em promoções
A alternativa que alguns consumidores estão encontrando para economizar um pouco com as compras de produtos alimentícios é esperar por promoções, realizar pesquisas de preços ou trocar de marcas. A secretária Simone Rufato comentou que ainda não começou a fazer as compras para as ceias de Natal ou Ano Novo, mas deu uma olhada nos preços e percebeu que vai gastar mais este ano.
Frutas, panetones e espumantes, na opinião dela, foram os que mais subiram. Simone disse que a festa com a família vai acontecer de qualquer jeito e alguns alimentos e receitas não podem faltar. Para isso, entretanto, vai reduzir um pouco as compras ou substituir alguns produtos. ‘Nessa época tem que ter uma comida especial. Para gastar menos, talvez troque de marca, ao invés de comprar uma mais tradicional vou ficar com uma mais simples, mas boa também’, afirmou. Outra dica dela é fazer pesquisa de preço. ‘Com as compras de presentes já consegui economizar bastante’, acrescentou.
A professora Malila Cesário também garantiu que não dá para ficar sem uma comemoração especial nessa época do ano e sem fazer algumas comidas bem gostosas. Porém, todas as compras serão feitas de acordo com as possibilidades da família. ‘Nada de gastar muito e ficar com um monte de dívida para o ano que vem. Não vai ter extravagância’, ressaltou.
Ela comentou que para não faltar algumas coisas bem típicas durante as festas vai pesquisar bastante para tentar economizar. E se os produtos procurados estiverem muito caro, a solução será substitui-los. Segundo a professora, o mais importante nessa época do ano é a convivência, o encontro com outras pessoas. ‘O espírito de Natal é a confraternização. Procuramos não entrar no espírito comercial. Vamos comprar coisas típicas sem exagero porque festa pode ser feita o ano todo’, frisou.
O representante comercial Giuliano Ribeiro também afirmou que mesmo com as altas dos preços não vai deixar de comemorar o Natal. Ele disse que já deu uma olhada nos preços das bebidas, por exemplo, mas não viu grandes alterações de preço, pelo contrário. ‘Vi algumas promoções e os preços de algumas bebidas estão até mais em conta do que o ano passado’, frisou. Ribeiro comentou que nessa época do ano, a família prefere fazer comidas mais leves como peixes.