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Álcool e gasolina

Brasileiro não calcula qual combustível é mais vantajoso

Redação Bonde
18 mar 2011 às 12:30

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Mesmo com o aumento do preço do etanol nas bombas de combustíveis, que coloca a gasolina como opção mais vantajosa em todos os estados brasileiros, segundo pesquisa da Ticket Car, é comum que o motorista ainda prefira abastecer mais com álcool do que com gasolina.

O motivo, segundo o economista da agência de varejo automotivo M.Santos, Ayrton Fontes, é que o consumidor brasileiro pensa mais no dinheiro que está gastando no momento em que abastece e não faz as contas para saber qual combustível é mais vantajoso.

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"O brasileiro é muito imediatista. Não pensa na economia total e sim no valor que vai pagar naquele momento, na hora de abastecer", diz Fontes.

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O presidente do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo), José Alberto Paiva Gouveia, concorda. "O brasileiro não está acostumado a fazer este tipo de conta", acredita.

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Nos Estados Unidos, uma pesquisa recente mostrou que os motoristas estão "fugindo" do aumento dos custos do petróleo optando por carros híbridos ou mais econômicos, em detrimento dos SUVs (utilitários) e veículos mais potentes.


Mas, segundo Fontes, no Brasil, a mentalidade é diferente. "O consumidor das classes mais elevadas não está preocupado com isso. Ele compra o carro que se adeque às suas necessidades, independente dele ser mais econômico ou gastar muito combustível", diz.

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Gouveia também ressalta a questão do conforto. Ele lembra que, nos Estados Unidos, a maioria dos veículos já sai de fábrica com itens de série, como direção hidráulica, ar condicionado, o que não acontece no Brasil. "Melhoramos muito desde o início da década de 90, quando a frota era muito ultrapassada, mas estamos longe dos Estados Unidos, por exemplo", diz o presidente do Sincopetro.


Baixa renda

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Já aqueles que têm menor poder aquisitivo continuam priorizando os carros mais baratos, não tanto pela economia de combustível, mas pelo valor do bem e pelo fato de poderem abastecer com etanol.


"Essas pessoas compram carro flex, mas não pensam em abastecer com gasolina. Elas priorizam sempre o álcool", diz Fontes. Segundo o economista, uma prova disso são os carros chineses, que estão entrando agora no mercado nacional.

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"Tem vários veículos de marcas chinesas que têm o preço baixo e já vêm equipados com itens de série. Mas estão esbarrando no fato de só terem opção de rodar com gasolina", diz. "Pensando nisso, as marcas chinesas já estão providenciando a mudança para que esses carros se tornem bicombustíveis", completa.


Gouveia, do Sincopetro, reforça a opinião de Gouveia. "É como se o brasileiro comprasse um carro a álcool e não um carro flex", diz. "O etanol é quase sempre a primeira opção de combustível para o motorista", acredita.

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Para Ayrton Fontes, apesar de estar mais caro e ser menos vantajoso, o etanol também é encarado como uma fonte mais segura de combustível, por não sofrer com os impactos de problemas internacionais, como a atual crise nos países árabes.


"Em meio a problemas e conflitos internacionais que resultam em um aumento do preço do petróleo, o etanol não é influenciado. Então, os consumidores também priorizam o álcool por conta deste detalhe", aponta.


Cálculo

Para saber qual o combustível é mais vantajoso, basta dividir o preço do derivado de cana pelo de petróleo. Se o resultado for inferior ou até 0,7, o consumidor deve optar pelo combustível vegetal. Caso contrário, a gasolina é a melhor opção.


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