Com tempo, disposição e algum dinheiro é possível fazer bons negócios na Feira Nacional e Internacional de Artesanato - Mãos e Arte, que vai até domingo no Centro de Eventos de Londrina. A segunda edição do evento está menor, mas não menos variada que a do ano passado. Alguns visitantes comentaram - e a reportagem constatou - que desta vez há produtos mais acessíveis para quem deseja comprar lá, por exemplo, a lista de presentes de Natal. Tem objetos de decoração, móveis, bijuterias, vestuário e cosméticos.
Há estandes de expositores de 28 países e 20 estados brasileiros. Entre os internacionais, os indianos são maioria. Ali saltam aos olhos as cores das pashiminas bordadas a mão (R$ 680) e outras mais simples (R$ 30), além de cachecóis (R$ 15). Também há bolsas em couro de carneiro a partir de R$ 15. As colchas típicas saem por no mínimo R$ 200. Com R$ 5 é possível levar almofadas bordadas e pequenas peças de papel machê pintadas a mão.
A cultura da Indonésia e da Tailândia está lado a lado na feira - em um grande estande -, atraindo sempre muitos olhares. As peças são bastante curiosas. Os móveis entalhados em madeira teca revelam um trabalho cheio de detalhes. A matéria-prima típica da Indonésia, usada para fazer navios, é resistente à chuva e ao sol. Há desde banquinhos de R$ 250 até cadeiras de R$ 3,5 mil. Dando sorte, é possível achar pechinchas. ''Recebemos algumas mesinhas de R$ 100. Acabou tudo em poucas horas. Até o final da feira deve chegar mais'', revela Roseli Cristina da Silva, representante dos estandes, que rodam o país e mudam de Estado a cada 11 dias.
Entre as peças decorativas, há belíssimos espelhos redondos com molduras em mosaicos de vidro (em torno de R$ 200), objetos em madeira albásia - lembra cortiça (a partir de R$ 5). Reis e rainhas da Indonésia ''que trazem paz para os casais'' custam de R$ 15 a R$ 25 (a unidade). ''Devem ser colocados na parede juntos; o rei sempre acima da rainha'', ensina Roseli.
Do Paquistão, o expositor Shazad Samad trouxe bijuterias banhadas a ouro ou cravejadas com cristais swarovski e demais peças simples. Os preços vão de R$ 5 a R$ 230. ''É tudo feito a mão por nós mesmos. Não há nada parecido na feira'', valoriza Samad.
Do Brasil
O artesanato nacional mostra diversas faces na Mãos e Arte. E muitas vezes surpreende. Alexsandra Soares Von Borstel, de Londrina, apresenta as suas criações em fibra de bananeira. São móveis (em torno de R$ 400), abajures (a partir de R$ 105) e peças decorativas com resultado final de muito bom gosto. A matéria-prima vem do caule da bananeira. ''De lá tiramos vários tipos de fibras e com diversas tonalidades. Tem a macia, a rígida, o filé. Cada uma indicada para um tipo de trabalho'', conta Alexsandra.
As bolsas e acessórios em tecido, também de Londrina, fazem sucesso na feira. ''Viemos para divulgar o produto e estamos satisfeitos com a aceitação que as bolsas produzidas por londrinenses estão tendo. As pessoas estão gostando bastante'', diz Kelly Macedo Silva, representante do estande que oferece bolsas (entre R$ 35 e R$ 59), carteiras (a partir de R$ 15), almofadas com frases (R$ 45) e presilhas e broches em forma de flor (R$ 10).
De Curitiba, a expositora Simara Toledo montou um estande colorido e perfumado para mostrar a sua ''cosmética natural''. São produtos artesanais, sem adição de produtos químicos. Destacam-se os sabonetes em esfera, que vêm em latas (R$ 13), os xampus em barra (R$ 20 o kit com condicionador) e os hidratantes em barra (R$ 15). Há produtos de andiroba, cupuaçu, copaíba da Amazônia, banana, maçã verde, morango. O chamariz é o ''Xô Uruca'' (R$ 10), um sabonete hidradante feito de sal grosso, arruda e alecrim, que espanta ''qualquer mau olhado''.
Serviço
Feira de Artesanato Mãos & Arte
Data: até domingo
Horário: das 15 às 22 horas¯ (até sexta) e das 13 às 22 horas
Preço: R$ 5 para todos. Crianças até 10 anos não pagam.
Local: Centro de Eventos de Londrina - Rodovia Mábio Gonçalves Palhano, 3.333 (Aviação Velha).
Estacionamento (terceirizado): R$ 8
Obs: a maioria dos estandes aceita cartão, mas é bom levar dinheiro, já que nem sempre vigoram as duas principais bandeiras (Visa e Master).
Visitantes dizem que os preços estão acessíveis
Assim como outros visitantes, a dona de casa Maria Lúcia Coelho foi à Feira Mãos e Arte este ano esperando encontrar os mesmos expositores do ano passado, mas se surpreendeu. ‘Vim atrás dos perfumes da Turquia, que comprei na feira passada e fizeram muito sucesso entre os meus conhecidos. Não encontrei, então acabei comprando dois caminhos de mesa da Índia. Achei que desta vez a feira está bem menor, mas os preços estão mais acessíveis’, diz.
A cabeleireira Dalva Tanamura, que no ano passado levou peças da África e da Rússia, encantou-se desta vez com a criatividade do artesanato brasileiro, como as bolsas e os acessórios em tecido, feitos em Londrina.
Justina Navarro, também dona de casa, foi à feira para conferir o artesanato e também aprender algumas técnicas com os artesãos. ‘Gosto de fazer artesanato. Tenho interesse em saber sobre dicas de materiais e onde adquirí-los’, afirma ela, acompanhada dos filhos Milena e Murilo. O estande da Tailândia despertou a atenção da família. ‘Já estive lá (na Tailândia) e lembro de ter visto exatamente este tipo de trabalho. O país é muito pobre, mas tem uma cultura fantástica’, conta Milena.
A dentista Graciela Zanetti Gonçalves comprou bijuterias, roupa, objetos de decoração e sabonetes artesanais. ‘Por enquanto, estou levando tudo do Brasil. Tem coisas bem interessantes e os preços estão acessíveis’, observa.