Os brasileiros são acostumados ao sol, adoram uma praia e verão significa bronzeado. Mas para algumas pessoas isso pode representar perigo. São aqueles que tiveram algum tipo de lesão na pele ou doenças como câncer ou vitiligo. Há também as pessoas que se preocupam com o envelhecimento precoce e por isso procuram se proteger mais.
Além do protetor solar para ser aplicado na pele, a tecnologia já disponibiliza roupas e acessórios com Fator de Proteção Ultravioleta (FPU). Em Londrina essas peças podem ser encontradas sob a marca UV Line, que usa tecnologia autraliana mas é fabricada no Brasil, o que torna os preços mais acessíveis.
''Nossas peças são preparadas com dióxido de titânio e certificadas pela Arpansa (Agência Australiana de Proteção à Radiação e Segurança Nuclear). Elas funcionam como um filtro solar de barreira, refletindo a radiação e oferecendo 98% de proteção'', explica Ana Gabriela Sanglard Faria, representante da marca em Londrina há três anos. Segundo ela, uma roupa comum tem fator de proteção de cinco a sete enquanto as peças preparadas com dióxido de titânio têm FPU 50+.
Os principais clientes são as pessoas com algum tipo de problema de pele, os esportistas e os orientais que, segundo Ana Gabriela, têm maior preocupação com o sol. Entre as opções de compra estão camisetas, saídas de praia, calças, bermudas, bonés, chapéus e maiôs, para homens, mulheres e crianças, além de guarda-sol e sombrinhas. Para os esportistas, há a opção de tecidos soft dry, que facilitam a transpiração. O valor das peças varia entre R$ 50 e R$ 180.
Apesar da proteção, as roupas são leves e frescas, segundo a representante. Na hora de lavar, não são necessários grandes cuidados. ''São os mesmos que os de uma roupa delicada. Lavar à mão, com sabão neutro, torcer com cuidado. Mas a proteção é permanente, porque o dióxido de titânio está entranhado no fio, não é passado no produto depois de pronto. Além disso, as peças são práticas, porque não podem ser passadas'', explica Ana Gabriela.
A demartologista Juliana Sonberger é uma das pessoas que usa e recomenda as roupas com proteção ultravioleta. Segundo ela, desde que a tecnologia surgiu, na Austrália, a sociedade de dermatologia ficou atenta. ''Houve interesse porque os testes comprovaram que o bloqueio solar era real. Além disso, a proteção era muito maior que os níveis encontrados em uma roupa comum. Por exemplo, uma camiseta de algodão tem o FPU baixo, e protege a pele de 10 a 20% da radiação. Uma roupa com proteção solar que possui o FPU 50+ bloqueia até 98% dos raios nocivos. Faz muita diferença'', explica. Os tecidos ainda têm ação antimicrobiana, que ajuda a diminuir o odor causado pela transpiração, e ação hidrofílica, que absorve parte do suor.
O uso de proteção solar é importante não só para evitar as queimaduras e manchas imediatas, ou seja, aquelas causadas pouco tempo depois da exposição ao sol. ''É importante que as pessoas saibam que os danos da radiação solar não aparecem na hora. Ela é acumulativa e as consequências para quem não se cuida podem aparecer anos depois em forma de sardas ou até de lesões mais graves''.
A dermatologista ainda afirma que pessoas que possuem predisposição a doenças na pele devem ter mais cuidado.''Quem tem a pele muito clara, possui sardas ou já tem alguma patologia relacionada ao sol pode usar a roupa sem preocupação''. No caso do uso de filtro solar associado às roupas a dermatologista explica: ''As pessoas podem dispensar o uso de filtro solar nas pernas, por exemplo, caso estejam usando uma calça comprida feita com esse tecido. Mas, nunca deve-se dispensar o creme no rosto porque ele não fica coberto. Apesar da sombra filtrar a radiação, a proteção no rosto deve ser maior'' conclui.
Consumidores aprovam a eficiência do produto
Em dias que a radiação solar nas principais capitais do Brasil têm atingido o nível extremo, proteger a pele pode significar a diferença entre 'pegar uma corzinha' e 'ter uma queimadura'. Pensando nisso, a nutricionista e professora da Unifil, Nilceia Godoy Mendes, comprou algumas peças da UV Line para levar à praia. ''Eu estava fazendo um clareamento de pele e minha dermatologista indicou o uso das roupas com proteção solar'', lembra.
Aos 53 anos, Nilceia costuma andar de 10 a 15 quilômetros à beira do mar e conta que sentiu diferença entre os tecidos comuns e os tecidos com proteção UV. ''Eu comprei uma saída de praia e dois chapéus. Quando estava andando com a saída percebi que ela não deixa a pele esquentar. A roupa comum deixa a pele ardida por baixo do tecido, mas com essa roupa a pele fica mais fresca''.
Segundo a nutricionista o chapéu também ajudou. ''Eu sempre voltava da praia com o rosto manchado. Usando o chapéu percebi que a pele do rosto ficou normal. Gostei muito!'' comenta. Uma das vantagens da linha é que existem muitas opções de modelos. ''Agora que conheço os produtos e senti que funcionam, vou comprar mais roupas de modelos e cores diferentes. A única coisa que eu não gostei é que as peças brancas ficaram um pouco amareladas. Mas, os benefícios compensam'' afirma.
Jussara D'Olivo, professora, também usa peças da UV Line mas, no começo não acreditou muito na eficiência dos tecidos. ''Eu comprei uma luva por recomendação da dermatologista, porque tinha feito um peeling. Confesso que não levei fé no produto, mas depois que comecei a usar percebi que ele não só protegia contra a radiação. O tecido não deixa o calor passar para a pele. Depois disso comprei chapéu para minha netinha, camiseta para o meu marido e peças para a família toda'' brinca.
A professora, de 52 anos, não dispensa os cuidados diários com a pele. ''Passo filtro solar todos os dias, faça chuva ou sol, já que tenho a pele clara. Então tenho usado as peças da UV Line como uma proteção a mais para os dias quentes. Minha saída de praia é de manga comprida, e mesmo assim é muito confortável''. Além disso, a luva - que ela comprou sem acreditar muito na sua ação - hoje fica no carro. ''Eu uso quando está muito sol e tenho que dirigir longas distâncias. Ela não deixa minha mão queimar'' finaliza.