A produção industrial brasileira em agosto cresceu 1,5% na comparação com julho e foi, segundo o IBGE, o maior avanço do ano, confirmando os sinais de recuperação.
Em julho, a produção industrial cresceu 0,9% em relação a junho. No entanto, na comparação com agosto de 2002, houve queda de 1,8%, a quinta consecutiva, fortemente influenciada pelo comportamento negativo dos setores de material elétrico e de comunicações (-8,3%), vestuário e calçados (-16%), farmacêutica (-22,9%) e minerais não metálicos (-8,5%).
Nos primeiros oito meses do ano, a taxa ficou negativa em 0,5% na comparação com igual período do ano passado. Nos últimos 12 meses, encerrados em agosto, a produção industrial acumula crescimento de 1,7%.
O coordenador de indústria do IBGE, Sílvio Sales, explica que os sinais de recuperação no ritmo da atividade industrial, que cresceu em julho e agosto últimos, ainda não foram suficientes para reverter a trajetória declinante dos índices para o acumulado no ano. O indicador dos últimos 12 meses encerrados em agosto (1,7%) revela uma desaceleração da indústria, já que ficou abaixo dos 2% registrados nos 12 meses encerrados em julho.
O especialista afirma que, "embora discretos, os indicadores já mostram um quadro de estabilização no ritmo produtivo e crescimento na área de bens de consumo duráveis", que apresentaram em agosto o maior crescimento do ano, com taxa de 5,2% frente a julho". Para Sales, o aumento dos duráveis foi influenciado, principalmente, pela recuperação das vendas de automóveis no mercado interno.
Na pesquisa divulgada nesta terça-feira, dos 20 ramos investigados, 13 tiveram crescimento na comparação com julho. Entre os ramos com maior peso na estrutura industrial, destacaram-se com resultados positivos os de mecânica, com 2,9%, material de transporte, com 2,3%, têxtil, com 2,9%,e produtos alimentares, com 1,7%.